Enchentes causaram impacto de quase R$ 1 bilhão nas contas públicas de Porto Alegre
Declaração do vice-prefeito Ricardo Gomes nesta terça, durante o MenuPOA, considera em custos de limpeza e abrigamento, mais previsão da perda de arrecadação
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O vice-prefeito da Capital, Ricardo Gomes, disse nesta terça-feira antes do MenuPOA, promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), que o custo da reconstrução da cidade é de R$ 12,3 bilhões, conforme apurado pela Prefeitura. O número é maior até que o próprio Orçamento previsto para o município, de R$ 11,5 bilhões. Gomes participou do evento junto ao secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade e coordenador-geral do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, Germano Bremm.
Ambos apresentaram uma plataforma de BI, que deverá estar disponível ao público em breve, concentrar todas as informações da Prefeitura relacionadas às movimentações financeiras relacionadas a esta reconstrução. Porto Alegre precisa, de acordo com ele, R$ 784 milhões para equipamentos públicos e infraestrutura, R$ 5,5 bilhões para habitação, R$ 383 milhões em abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo das águas pluviais, quase R$ 400 milhões para novos diques de proteção e R$ 4,7 bilhões para expansão da macrodrenagem.
“Todos estes números são de uma primeira análise, e são sujeitos a alterações”, afirmou ele. Somente em limpeza e abrigamento, foram R$ 377 milhões em custos extras, que, somados à perda de arrecadação para este ano, prevista em R$ 603 milhões, gera um impacto de quase R$ 1 bilhão nas contas públicas. “Há ainda em torno de R$ 120 milhões em planos de trabalho aprovados. Mas, até agora, não chegamos a receber 1% deste valor todo do governo federal. A recuperação da cidade passa por obras públicas, de infraestrutura, e reconstrução de serviços que foram afetados”, prosseguiu.
Ainda segundo Gomes, 1.081 quilômetros de vias foram inundadas na Capital e 20 mil moradias foram total ou parcialmente destruídas. “O impacto é muito maior agora no ponto de vista econômico porque, na pandemia, que foi nosso outro parâmetro, se perdeu o fluxo de capital, mas não o estoque. Agora, foram ambos”. O vice-prefeito acrescentou que “de nenhuma cidade que foi afetada no Rio Grande do Sul das mais de 460 vai sair sozinha do impacto desta enchente”.
“Na pandemia, tivemos a recomposição da perda de arrecadação. Agora, não temos isto”, prosseguiu, dizendo que já foi encaminhado um ofício ao governo federal. Bremm, por sua vez, comentou que a Prefeitura está “oferecendo alternativas”, como aprovação de imóveis oferecidos ao próprio governo federal e parcerias com imobiliárias para realocar famílias afetadas, além da compra compartilhada, aluguel solidário e “uma série de programas sociais”.
Destacou ainda a visita de pesquisadores holandeses para inspecionar a cidade, a fim de propor soluções. “Naturalmente, eles vão trabalhar com universidades locais e parceiros daqui de Porto Alegre para desenvolver um plano estratégico de intervenções para solucionar estes problemas. Vamos detalhar isto um pouco mais para um plano de futuro a médio e longo prazo para as ilhas, por exemplo”, disse o coordenador-geral do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática.