Exposição em Rio Pardo revela o legado de Biagio Tarantino
Historiador autodidata foi responsável pela organização cultural do município
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A funcionária responsável pelo arquivo, Neuza de Quadros, explica que Tarantino é responsável por praticamente toda a organização cultural existente na cidade. Além do material existente no acervo do arquivo, Neuza reuniu na mostra algumas peças do Museu Barão de Santo Ângelo referentes à Revolução Farroupilha, como pontas de lança, e que foram resgatadas pelo defensor do patrimônio arquitetônico e histórico de Rio Pardo. Tarantino nasceu em Rio Pardo em 1903 e morreu em 1976, aos 72 anos. Ele começou sua vida profissional como barbeiro em Cachoeira do Sul, onde casou-se com Eva Ilda da Luz, e retornou para a sua cidade natal.
Neuza recorda que ele assumiu a administração do antigo Hotel Centenário após a morte do pai. Uma das suas paixões eram os objetos antigos, por isso adquiria materiais em viagens pelo interior. O acervo era uma das atrações no prédio do hotel, onde residiu da metade da década de 1920 até meados de 1940. Em 1935, por ocasião do centenário do embate entre farrapos e imperiais, ocorreu uma exposição na cidade. Com o êxito da iniciativa, surgiu o primeiro Museu de Arte Sacra do Rio Grande do Sul, do qual Tarantino foi fundador e primeiro diretor. Mesmo sem formação acadêmica, sendo um autodidata com amplo conhecimento da história de Rio Pardo, Tarantino passou a fazer parte de um grupo de intelectuais de Porto Alegre e escreveu artigos para o Correio do Povo.