Frequentadores do Mercado Público acompanham o esforço de retomada de perto

Frequentadores do Mercado Público acompanham o esforço de retomada de perto

Foram 40 dias fechado após a maior enchente que a Capital já viveu

Paula Maia

Galeria Fotos: Mercado Público de Porto Alegre no primeiro dia de retorno

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14 de junho é uma data simbólica para o Mercado Público de Porto Alegre. O tradicional e democrático local, situado no coração da cidade, reabriu parcialmente nesta sexta-feira. Foram 40 dias fechado, após a maior enchente que a Capital já viveu, depois da registrada em 1941.

Das 104 lojas, apenas 15 têm condições de atender o público, sendo 80% deles localizados no segundo andar, local menos afetado pela tragédia. Os restaurantes atenderão com horário reduzido, até 15h. Já as lojas, com acesso direto para a rua, poderão operar entre 8h e 19h. Todos os estabelecimentos foram inspecionados pela Vigilância Sanitária de Porto Alegre.

Na próxima terça-feira mais estabelecimentos devem retornar o atendimento. Um dos pontos tradicionais, a Banca 40 foi brutalmente afetada pela enchente. A previsão para sua reabertura é apenas em setembro. No andar térreo, onde o estabelecimento está situado, a altura da água ultrapassou 1,70 metros.

População vê retomada de perto

Pela primeira vez em 70 anos de residência em Porto Alegre, Maria Vargas se deparou com as devastadoras consequências da cheia que atingiu a cidade. A realidade, segundo ela, só ficou clara quando chegou ao Centro, pela primeira vez desde o evento. Ver a destruição ao vivo é uma experiência muito diferente de acompanhar as notícias pela televisão, apontou.

“Pela primeira vez eu estou constatando as consequências da cheia no nosso Centro. Eu fiquei bem abalada de ver”, revelou. "Estou chocada de ver como foi forte, como deu bastante prejuízo. O esforço que vai ser para as pessoas conseguir se reerguer... o quanto de suor de uma vida inteira de trabalho foi por água abaixo", lamentou.
Gerson Pedroti trabalha no Mercado Público há 37 anos. Ele contou esse recomeçou está sendo uma mistura de entusiasmo e tristeza. “Nossos móveis foram todos descartados. Estamos recomeçando na esperança que seja melhor”, disse. A banca que ele trabalha vende artesanato e erva de chimarrão. Sem previsão de voltar a atender ao público, o local espera que os novos móveis fiquem prontos para isso.
Francielle Canavezi é a responsável pelo atendimento de um restaurante do segundo andar. Ela contou que o restaurante especializado em parrilla perdeu todo o estoque e que esse dia de reabertura foi muito festivo. “Foi lindo, as pessoas fizeram questão de voltar ao Mercado. É lindo de ver essa corrente do bem.”


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