Instituto Caldeira inaugura memorial e descerra placa em alusão às enchentes de maio em Porto Alegre

Instituto Caldeira inaugura memorial e descerra placa em alusão às enchentes de maio em Porto Alegre

Evento ocorreu em meio à Virada Sustentável, que segue com programação até este domingo

Felipe Faleiro

Vieira junto ao mural inaugurado nesta sexta, na área externa do Instituto Caldeira

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Foi inaugurado nesta sexta-feira no Instituto Caldeira, um dos locais mais atingidos pelas enchentes de maio em Porto Alegre, um memorial permanente relembrando as cheias e ainda recebida uma das dez placas do projeto Águas de Maio, criado em alusão as inundações. O evento integrou a Virada Sustentável, que está em andamento na Capital até este domingo. O memorial em si, na área externa do instituto, é composto por um painel de aço córten de 4m de comprimento por 1,60m de largura, desenvolvido pelo escultor Vinicius Vieira.

“O sentimento da criação deste mural e das placas foi a consciência de pertencimento em relação à cidade. Todas as confecções estão neste contexto. O mural em si mostra o impacto que estas águas tiveram sobre o tecido urbano. Houve muitos momentos de tristeza, mas penso que é importante demarcarmos e cuidarmos da memória para que eventos como este não se repitam”, salientou Vieira. Já as placas foram instaladas em lugares onde a enchente atingiu, como o Asilo Padre Cacique e as estações Mercado e São Pedro da Trensurb.

O próprio Caldeira criou um espaço interno com fotos e uma marcação da cheia, que chegou a 2,10m no local. Para o coordenador da Virada Sustentável, Vitor Ortiz, o evento busca conscientizar para a sustentabilidade, sem ser doutrinador. “As expressões artísticas, de fato, dizem o que precisa ser dito. E este projeto das Águas de Maio nos permitiu a criação de parcerias”, salientou ele.

O líder de Projetos Culturais do Instituto Caldeira, Eduardo Fraga, afirmou que uma das marcas do local é “olhar para fora”, para a população, além de fomentar o empreendedorismo. “Acredito que seremos este marco que vai colaborar para a revitalização e reutilização deste bairro, e a cultura está 100% conectada com isto. A Virada chega para nós quase como este primeiro momento de que as obras são para fora do instituto, para a comunidade”, disse ele.


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