Irmão de comissária de bordo gaúcha morta em desastre aéreo relata espera pela identificação de corpo

Irmão de comissária de bordo gaúcha morta em desastre aéreo relata espera pela identificação de corpo

Luigi e o cunhado estão em São Paulo para acompanhar trâmites legais e para buscar o corpo da gaúcha Débora Soper, que morreu no acidente com o voo 2283 da Voepass

Rodrigo Thiel

Débora Soper trabalhava desde março de 2023 na Voepass e foi uma das vítimas do acidente aéreo do voo 2283

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Luigi Soper vive, desde o final de semana, uma das viagens mais difíceis de sua vida. Vindo de uma família apaixonada por aviação, ele está em São Paulo acompanhado do cunhado e de outros familiares para identificar e buscar o corpo da irmã, Débora Soper, de 28 anos, que era comissária de bordo e faleceu no trágico voo 2283 com um avião ATR 72-500 da companhia Voepass.

Segundo Luigi, ainda não foi possível realizar a identificação da irmã, natural de Porto Alegre. “A gente reuniu toda a documentação necessária, inclusive uma amostra de DNA. Já fizemos tudo o que precisava ser feito, mas agora só nos resta aguardar a identificação do corpo. Acreditamos que, pela velocidade com o que está acontecendo, não vá demorar muitos dias”, relatou.

Além disso, o irmão reforça que a companhia tem prestado toda assistência necessária aos familiares das vítimas em São Paulo, onde ocorrem os trabalhos de identificação. “Não temos nada a reclamar. Estamos acolhidos, bem assistidos com psicólogos, médicos e até seguranças por conta da exposição da mídia. Nós vamos levar ela de volta para Porto Alegre e faremos uma cerimônia de despedida. Mas ainda não temos data, pois sequer temos a identificação dela”, completou o irmão.

Família apaixonada pela aviação

Ainda conforme Luigi Soper, a irmão era apaixonada pela profissão, e que este amor pela aviação vem da família. O avô paterno deles era paraquedista do exército polonês durante a Segunda Guerra Mundial e veio refugiado ao RS após o confronto. Formada em Recursos Humanos, Débora tinha 28 anos e trabalhava desde março de 2023 na Voepass. Ela já havia trabalho em outra companhia aérea entre 2018 e 2019.

“A gente sempre teve uma herança relacionada com a aviação. O sonho do meu pai era ser piloto de caça. E isso passou para a gente. O meu sonho era ser piloto de helicóptero. E a Débora veio com o sonho da aviação. Ela estudava os aviões e conhecia tudo. Ela sempre teve essa paixão. E a gente incentivava isso, pois era o sonho dela”, finalizou Luigi.

Além de Débora, os outros gaúchos que morreram com a queda do avião da Voepass são André Armindo Michel, de 52 anos, natural de Campo Bom; Diogo Ávila, de 42 anos, natural de Pelotas; e Daniela Schulz Fodra, de 30 anos, natural de Santa Rosa, e que foi velada na segunda-feira no Noroeste do RS e sepultada nesta terça-feira no Paraná, ao lado do marido Hiales Carpine Froda.

Força Aérea ajuda no transporte das urnas funerárias

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que realizará nesta terça-feira o transporte das urnas funerárias das vítimas até o aeroporto de Cascavel, no Paraná. O translado será feito com a aeronave KC-390 Millennium, operada pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) - Esquadrão Gordo, com decolagem prevista para as 15 horas a partir da Base Aérea de São Paulo (BASP). A prefeitura da cidade paraense organizará um velório coletivo para as vítimas do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo, no interior de São Paulo.


Correio do Povo
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