Justiça libera R$ 160 mil para obras de reforma no presídio de Rio Pardo

Justiça libera R$ 160 mil para obras de reforma no presídio de Rio Pardo

Recursos são procedentes das penas alternativas em multas pagas por réus à Justiça

Otto Tesche

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A juíza de Direito de Rio Pardo, Magali Wickert de Oliveira, autorizou a liberação de R$ 160 mil do Poder Judiciário para custear o projeto de reforma e revitalização, construção e adaptação de espaços no Presídio Estadual (Perp) no município. Os recursos são procedentes das penas alternativas em multas pagas por réus à Justiça. A penitenciária está interditada desde 2019, quando todos os presos que nela cumpriam pena foram transferidos para outras unidades, como as de Santa Cruz do Sul, Encruzilhada do Sul e Venâncio Aires. Quando foi fechada, a unidade tinha, oficialmente, 79 prisioneiros. 

O presídio funciona em um prédio histórico, no Centro de Rio Pardo, nos fundos do imóvel que abrigou a primeira sede da Câmara de Vereadores do município. Inicialmente, o espaço foi interditado porque precisava de intervenção urgente no telhado e na rede elétrica. A execução do serviço teve o custeio pelo governo do Estado. No entanto, houve a constatação de outros problemas estruturais e a reforma completa está orçada em quase R$ 220 mil.  

Pela decisão da juíza Magali Wickert de Oliveira, a aplicação dos recursos das penas alternativas para a obra irão ocorrer na reforma das celas, com abertura de 25 novas vagas; revitalização da cozinha; melhorias na sala de visitas; criação de espaço para videoconferências; construção de alojamentos funcionais; criação de área para atendimentos de saúde; melhorias nos setores administrativos; e criação de sala de aula; entre outras ações. 

Com a estrutura atual, a partir de análise da engenharia da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), o presídio poderia abrigar 32 detentos. A decisão judicial de terça-feira destaca a importância da reforma para garantir dignidade aos apenados, mas também condições de trabalho aos agentes penitenciários. “Friso que em uma das celas as grades utilizadas datavam da época do império, o que, por si só, demonstra as precárias condições da unidade prisional”, diz a juíza Magali de Oliveira, no despacho. 

A magistrada ainda ressalta que, desde a interdição, houve o registro de protestos de familiares dos presos, que passaram a ter de se deslocar a outros municípios para visitá-los. Audiências com os detentos, quando ainda eram feitas presencialmente, antes da pandemia, tiveram de ser remarcadas por dificuldades no transporte. Este fato é usado pela juíza também para reforçar a importância da criação da sala de videoconferências. 

A administração do Presídio Estadual de Rio Pardo terá de prestar contas, em até 15 dias após a conclusão da obra, da aplicação dos recursos, com apresentação de notas fiscais, recibos, entre outros documentos que comprovem os investimentos na estrutura penitenciária.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895