Lançada em Pelotas a 2ª edição do projeto Doceria e Emancipação voltado às pessoas transgêneros
Iniciativa tem como objetivo a empregabilidade das pessoas transgêneros, por meio da confeitaria, acolhimento e inovação
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Foi lançado nesta semana, em Pelotas, a segunda edição do projeto Doceria e Emancipação - Empregabilidade Trans. A proposta, que teve a primeira edição realizada na cidade de Rio Grande, tem como objetivo auxiliar as pessoas transgêneros na empregabilidade por meio de cursos de confeitaria, buscando fomentar a igualdade de oportunidades para a população LGBTQIA+, frequentemente exposta a riscos associados a formas perigosas de trabalho e contextos de discriminação social. O projeto é uma realização do Ministério Público do Trabalho (MPT), Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar) e Otroporto, com apoio do Senac Pelotas, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do grupo Transpoéticas.
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, demostrou contentamento e satisfação em saber que a gastronomia está provendo a emancipação como ferramenta para que as pessoas transgêneros possam melhorar de vida. "Nós vivemos em uma sociedade que, infelizmente, ainda há diversos preconceitos. Porém, precisamos trabalhar cada vez mais por esse mundo para que as pessoas se vejam como iguais pelas suas diferenças. Nos mantendo unidos, indignados e corajosos contra os problemas que vemos pela frente, evoluímos como sociedade", afirmou.
O procurador do Trabalho, Lucas Santos Fernandes, enfatizou a necessidade de que pessoas transexuais e travestis ocupem diferentes espaços na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho formal, enfatizando o papel do Ministério Público do Trabalho enquanto uma instituição aliada à concretização dos direitos humanos das trabalhadoras e trabalhadores.
A assistente pedagógica do CCMar, Carol Freitas, falou sobre a importância a iniciativa na visão de uma pessoa transgênero. "A gente sabe que quando assumimos uma identidade transfeminina, transmasculina ou transneutra nos são negados diversos direitos, principalmente a moradia e a família. As pessoas criam um estigma que dificulta a vida como cidadã. Esse projeto representa a resistência e que nossos números e estatísticas sejam de graduandos e de mestrandas ocupando mais locais de trabalho," disse.
A Associação Otroporto Indústria Criativa é uma entidade sem fins lucrativos que cria, desenvolve e apoia projetos e iniciativas focadas no desenvolvimento cidadão através da arte, gerando oportunidades, renda e compartilhamento de saberes e valores. As ações são fundamentadas na valorização do ser humano, visando a integração harmônica com meio ambiente e sociedade, no acolhimento às diferenças, na responsabilidade social em consonância com os Direitos Humanos e a cidadania.