Lares de idosos de Santa Maria sofrem com a pandemia

O Lar das Vovozinhas, fundado em outubro de 1946, localizado na avenida Hélvio Basso, região Sul de Santa Maria, que já tinha problemas financeiros, teve a situação agravada em virtude da Covid-19. “Administrar a entidade que abriga idosas está quase insustentável”, informa o presidente do Conselho Deliberativo da Entidade da Associação Amparo e Providência, coronel Sergio Severo Renato Medeiros.

“Considerado um dos maiores asilos do Estado, os donativos não estão chegando mais no Lar onde abrigamos 153 idosas”, lembra o presidente, destacando que está faltando comida como arroz, feijão, açúcar, carne, leite (60 litros por dia) e fraldas (200 por dia). "Estamos projetando medidas drásticas, como fazer um documento e entregar o Lar para o Poder Público (prefeitura),” destacou.

Uma reunião será marcada para tentar buscar uma solução. “De imediato, a minha sugestão é tomar algumas medidas como a troca de profissionais técnicas de enfermagem, já que o Lar não é um hospital, por cuidadoras de idosas,” diz Medeiros. “Uma idosa, tendo o atendimento de uma técnica em enfermagem, custa R$ 4 mil, e ocorrendo a troca por uma cuidadora, o custo baixa para R$ 2 mil,” destaca.

No ano passado, o local recebeu adiantado por dois anos o aluguel de uma área que cedeu para as Lojas Havan, mas o pagamento de R$ 700 mil saldou um pouco da dívida do Lar, que ultrapassava R$ 1 milhão. “Atualmente, o Lar conta com 102 funcionários e, mais uma vez, estamos pedindo socorro a comunidade de Santa Maria para que o abrigo não tenha dias mais turbulentos,” afirmou o presidente do Conselho.

O Abrigo Espirita Oscar Pithan, localizado no bairro Chácara das Flores, região Norte do município, também sente os efeitos da Covid-19. "As atividades que realizávamos foram suspensas em virtude da prevenção a Covid-19 e os donativos diminuíram,” afirma o presidente da entidade, Adalberto Siqueira. “A maior preocupação, está sendo com a saúde debilitada dos 33 abrigados,” lembra o professor. “Estamos fazendo uma campanha de fraldas, leite e produtos alimentícios, para continuar o nosso atendimento,” destaca Siqueira.

O Lar Vila Itagiba, localizado, também, na região norte do município, está passando dificuldades em virtude da Covid-19. “As doações reduziram, principalmente de alimentos”, informa a Irmã Angia Carvalho Pereira, coordenadora do Lar, que conta com 74 pessoas, todas do sexo masculino. "Além da preocupação com a redução de donativos, temos que realizar um trabalho especial junto aos idosos, que estão tensos, já que não recebem visitas dos familiares, por medida de prevenção,” lembra a coordenadora.