Litoral Norte discute obra de tratamento da Corsan em audiência da Assembleia Legislativa
Representantes de entidades e órgãos públicos de Imbé e Tramandaí se posicionaram contra o empreendimento da companhia
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A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) realizou na noite desta quarta-feira uma audiência pública sobre o projeto de despejo de esgoto tratado pela Corsan/Aegea no rio Tramandaí. A rede de expansão da companhia começou a ser construído em março deste ano, com conclusão prevista para 2025. O encontro público promovido pela ALRS aconteceu na Câmara de Vereadores de Imbé.
A iniciativa da audiência partiu do Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte (MOV/LN), que reúne moradores, veranistas e técnicos preocupados com as consequências ambientais do projeto. Segundo o grupo, o efluente tratado lançado no rio Tramandaí elevará o risco de doenças e comprometerá a qualidade da água na região, causando impactos para a população.
“O processo não remove poluentes químicos, agentes biológicos, fósforo e nitrogênio de forma eficaz, lançando-os diretamente no canal lagunar do rio Tramandaí. Outro ponto de preocupação é a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em Xangri-Lá e um acordo judicial em Capão da Canoa, que autorizam o lançamento de efluentes tratados sem consulta prévia aos demais municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do rio Tramandaí”, destacou o grupo.
O movimento ainda sugere como alternativa a construção de emissários submarinos que despejem os efluentes tratados longe da costa marítima, além da implementação de ferramentas de monitoramento em tempo real para garantir a conformidade ambiental. Durante os espaços de fala da audiência pública, representantes de entidades e órgãos públicos de Imbé e Tramandaí se posicionaram contra o empreendimento.
De acordo com o diretor regional de operações da companhia, Fábio Arruda, a Corsan/Aegea participou da audiência e se colocou à disposição da população para tirar dúvidas sobre “os estudos que liberaram, por meio da licença de instalação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a execução das obras para lançamento do efluente tratado no ponto 3. Demonstramos que foram estudos exaustivamente detalhados, cujos resultados, com certeza, vão melhorar a qualidade de vida da população e contribuir com o meio ambiente”, ressaltou Arruda.
O debate promovido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa na audiência pública pode ser acompanhando pelo YouTube da ALRS.