Médicos da Santa Casa de Rio Grande devem paralisar atividades a partir de 28 de dezembro
Segundo o sindicato da categoria o pagamento da produção está pendente desde julho e os plantões desde agosto deste ano
publicidade
Representantes do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), em conjunto com o Sindicato Médico do Rio Grande (Simerg) realizaram uma assembleia geral extraordinária (AGE), com os médicos prestadores de serviços da Santa Casa do Rio Grande. Por unanimidade, os profissionais decidiram pela paralisação dos serviços médicos, atividades eletivas e os atendimentos que não representem risco de morte aos pacientes, a partir do dia 28 de dezembro.
Essa decisão é resultado direto da postura da atual administração que, ao longo dos últimos meses, quando não tem garantido previsibilidade nem pontualidade nos pagamentos dos honorários médicos, além de não manter um canal de comunicação claro e transparente com os profissionais. Segundo Simers o pagamento da produção está pendente desde julho ( quatro meses de atraso) e os plantões estão devendo desde agosto. Em torno de 85 médicos trabalham no hospital.
A decisão já foi oficiada ao presidente da Santa Casa do Rio Grande, Renato Aldair Menezes da Silveira.
“A situação é preocupante. Os colegas relataram que estão enfrentando cinco meses de atraso no pagamento de seus honorários, situação que tem levado diversos profissionais a abandonarem as escalas, comprometendo o atendimento médico e colocando em risco a continuidade dos serviços”, afirma o diretor da Região Sul do Simers, Marcelo Sclowitz.
Para o presidente do Simerg, Sandro Gonçalves Oliveira, é inadmissível este comportamento da Santa Casa. “Se mantido esse cenário, poderá haver falta de profissionais para atender adequadamente a demanda da instituição. Buscamos o contato com a Santa Casa para buscarmos uma alternativa que evite a paralisação”, ressalta.
Havendo a paralisação, os médicos manterão exclusivamente os atendimentos em casos de iminente risco de vida. Pacientes que necessitem de atendimento, mas cuja situação não configure urgência ou emergência, deverão ser encaminhados para outras unidades de saúde.
Para a retomada dos serviços, os médicos exigem que em até 30 dias sejam pagos dois meses de honorários médicos em atraso; nos 30 dias subsequente outros dois meses que estão em atraso. Eles também solicitam que seja apresentado um plano detalhado de pagamento, contemplando a quitação do restante dos honorários médicos que ainda não foram pagos.
Caso não haja cumprimento das medidas, dentro dos prazos estipulados, foi deliberado que, a partir do dia 28 de dezembro, os médicos paralisarão as atividades eletivas e os atendimentos que não representem risco de morte aos pacientes, assegurando-se que a assistência em situações emergenciais será mantida, em conformidade com os preceitos éticos e legais.
Em nota diretoria do hospital disse que a Santa Casa do Rio Grande, por meio de sua diretoria estatutária e médica, está em diálogo com o SIMERS e segue dedicada a buscar soluções que garantam a obtenção dos recursos necessários para regularizar os pagamentos pendentes da folha do corpo clínico ainda no mês de dezembro. “A instituição reafirma seu compromisso em superar os desafios financeiros, garantindo a continuidade de seus serviços e priorizando, acima de tudo, o bem-estar de seus profissionais e da comunidade que atende”, finaliza a nota.