Mais de 300 agentes de Saúde atuam na operação “Lockdown Inverso” em Chapecó

Mais de 300 agentes de Saúde atuam na operação “Lockdown Inverso” em Chapecó

Ação visa identificar positivados e mantê-los em quarentena

Agostinho Piovesan

A ideia é acompanhar não somente os casos positivos, que estão isolados, mas também seus familiares

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Um exército de 320 agentes comunitários de saúde trabalha para identificar casos positivos de Covid-19 em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. A ação faz parte da operação implantada pela Administração Municipal, denominada de “Lockdown Inverso”. Cada agente realiza o trabalho na respectiva localidade de sua atuação.

Segundo o prefeito João Rodrigues, a operação “Lockdown Inverso” visa garantir que permaneçam em suas casas pessoas positivadas. Elas quais deverão cumprir a quarentena e terão acompanhamento dia a dia pelos agentes de saúde. “Os agentes de saúde terão o nome e o endereço de cada positivado e irão saber se estão cumprindo a quarentena e buscarão informações sobre o estado de saúde, além da situação do próprio sustento”, afirmou.

Rodrigues disse que os agentes terão contato direto com a Central de Monitoramento montada no Centro de Eventos. A ideia é acompanhar não somente os casos positivos, que estão isolados, mas também seus familiares. “Se alguém da família tossir, espirrar, a agente deve comunicar imediatamente a Central. Ela vai enviar a Unidade Móvel montada com médico, enfermeira e farmacêutica, além de medicamentos e que irá ao local e fará o teste de todos os familiares”, detalhou.

A Administração Municipal informou, ainda, que as ações do município têm o apoio da Polícia Militar, Bombeiros e Guarda Municipal que vão auxiliar no monitoramento do cumprimento das regras de isolamento. Quem descumprir pode pagar multa e até ser processado criminalmente.

A secretaria de Assistência Social do município vai colaborar na ação, fornecendo alimentação por 30 dias para as famílias que tiverem que cumprir o isolamento por 10 a 14 dias. “Nós vamos cuidar da saúde, mas também não vamos deixar passar fome quem precisaria sair de casa para ganhar seu sustento”, relatou o prefeito de Chapecó.

A Central de Monitoramento conta com uma coordenadora e seis auxiliares, os quais monitoram os pacientes positivados por telefone, das 7h às 19h, e fazendo o contato com as agentes de saúde, escolas, trabalho das pessoas positivadas e acionando a unidade móvel, quando houver necessidade, além das forças de segurança, como a Guarda Municipal e a Polícia Militar.

De acordo com a Lei Municipal 7.456, de 11 de fevereiro de 2021, quem descumprir o isolamento pode receber advertência e multa, que varia de R$ 150,00 a R$ 500,00, além de processo por crime de “infringir determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”, prevista no artigo 268 do Código Penal.

Boletim Epidemiológico

Chapecó, município com 220 mil habitantes, registra 71 suspeitos casos suspeitos de Covid-19. Os casos ativos, que no início de março deste ano somavam 5,5 mil, caíram para 370. Já foram testadas 111.164 pessoas e o número de óbitos chega a 576. São 30 mil pessoas vacinadas com a primeira dose e 14,3 mil com a segunda dose. Os casos confirmados somam 34,7 mil e recuperados 33,7 mil.

O último Boletim Epidemiológico divulgado nesta quinta-feira registra que 112 pessoas estão internadas em UTIs e 43 em enfermarias. Do total de internados 70 são moradores de Chapecó e 85 de outros municípios.


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