Minizoo de Canoas funciona como centro de reabilitação
Local ocupa uma área verde de 1,5 hectare dentro do Parque Getúlio Vargas
publicidade
“Os animais são diagnosticados, tratados, recuperados e, alguns, reconduzidos ao seu habitat natural. Aqueles que não se adaptam à convivência com grupos da mesma família, que já não reconhecem sua moradia natural por já estarem acostumados a conviver com o ser humano, viram residentes do zoo.” Em quase 13 anos de atividade, ao menos 8 mil animais passaram pelo local. “Anualmente, recebemos, em média, 700 animais. Esse número tem aumentado com o passar dos anos. A maioria deles, cerca de 70%, são aves. Grande parte, filhotes”, explica Santos.
O local, mantido pela Prefeitura de Canoas, atualmente conta com 110 animais residentes, entre macacos, garças, tamanduás, corujas e gaviões, que vivem em recinto visíveis para visitação. Destes, 60% são mamíferos, 30%, aves, e 10%, répteis. O curioso é que a maioria dos animais tem nome e atende pelo mesmo. “Hoje, temos 75 bichos em tratamento no cativeiro temporário, que fica em área restrita, espaço cujo acesso é proibido a visitantes” Além da supressão da vegetação e do aumento populacional, os períodos mais quentes do ano também contribuem para aumentar a quantidade de animais no Minizoo de Canoas. “Entre a primavera e o verão, os animais tendem a se dispersar em virtude da fase de reprodução. Então, saem das tocas e ninhos, ficando mais vulneráveis.”
Não apenas animais encontrados em Canoas chegam ao minizoológico, mas de toda a Região Metropolitana e até do Interior. Os que não são entregues, são resgatados por nossas equipes. “Já recebemos animais de Santa Rosa, Passo Fundo e Bagé. Realizamos a busca destes animais onde quer que estejam, pois há todo um procedimento desde abordagem, transporte, triagem e primeiros cuidados.”
Para Maria Alice Veiga da Rosa, 25 anos, moradora de Nova Santa Rita e estudante do curso de Biologia, o local é surpreendente. “Trata-se de um espaço rico em conhecimento e pesquisa. É possível explorar muita coisa por aqui. Dá para passar horas contemplando a fauna e a flora” O professor Eliseu Gomes Silva da Silva, 41 anos, de Gravataí, acompanhava a filha de 9 anos que não conseguia esconder o encantamento pelos animais. “Local limpo e organizado, onde pode-se trabalhar várias formas de educação ambiental.”
Entre residentes mais antigos estão a lontra macho, de 13 anos, que carinhosamente atende por Gordo, e dois macacos-prego, com idades estimadas entre 25 e 30 anos, o Chico e o Nicolau. Tem também temos o avestruz de 13 anos, que vive sozinho desde 2012, quando ficou viúvo.
O espaço, que funciona desde 2005, conta ainda com uma equipe especializada de dez tratadores e outros quatro técnicos. Para a composição duas refeições diárias são necessários, mensalmente, 500 quilos de hortifrúti (frutas, verduras e hortaliças), 350 quilos de carnes e 100 quilos de ração. “A ração é o que consomem em menor quantidade, pois como não vão encontrá-la no hábitat natural, ao final do tratamento a substituímos por nutrientes que encontrarão quando forem libertos”, explica o coordenador. Os locais onde os animais serão devolvidos são mapeados previamente. “Procuramos sempre devolvê-los ao mesmo ambiente de onde foram retirados, para não causar nenhum tipo de dano.”
O zoo, que chega a receber 10 mil pessoas aos fins de semana e 500 crianças por mês, funciona de terça a domingo. A entrada é franca e as escolas podem fazer agendamento para visitas guiadas. Agendamento e solicitações de resgate de animais devem ser feitos pelo (51) 993697503 ou zoologicocanoas@hotmail.com.