Moradores de Cachoeirinha encaminham novas reivindicações para amenizar casos de alagamentos
Comissão do bairro Parque da Matriz entregou documento com sugestões para minimizar transtornos causados pelo extravasamento do arroio Passinhos e a cheia do Rio Gravataí
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As graves consequências causadas pelas mudanças climáticas, que têm sido cada vez mais frequentes entre as cidades da Região Metropolitana tem provocado a mobilização, criação e articulação de grupos de moradores para pressionar governos a adotarem políticas públicas e medidas eficazes afim de mitigar casos de alagamentos e por vezes evitar episódios futuros de inundação.
Em Cachoeirinha, passados cinco meses, a comissão de moradores do bairro Parque da Matriz voltou a reivindicar junto à Prefeitura ações de limpeza do arroio Passinhos e intervenções junto às galerias que passam embaixo da Freeway com a finalidade de trazer um pouco mais de tranquilidade aos moradores do bairro. Mais uma vez foi entregue um documento com as demandas das famílias. Desde o fim de 2023 as famílias e os comerciantes da localidade tem convivido com perdas de móveis e alagamentos de residências devido ao extravasamento do arroio e à cheia do Rio Gravataí. Os moradores têm contabilizado incalculáveis perdas materiais e convivido com desgaste emocional, além do medo.
Integrante da comissão de moradores, Elenilso Portela, diz que entre as reivindicações estão a limpeza do arroio Passinho (desde a Freeway até a antiga creche na Rua Tijuca), bem como a manutenção das valas que levam água para o Mato do Júlio; a ampliação da galeria embaixo da Freeway com passagem de fauna e a criação de um projeto ante cheias, levando em consideração as questões técnicas, a segurança, integridades dos moradores e as questões ambientais.
“Queremos que a prefeitura faça a limpeza de toda a extensão do arroio, que é muito importante para evitar a questão dos alagamentos no bairro. Já, com relação a problemática da inundação, é extremamente necessário que seja elaborado um projeto com especialistas, técnico, biólogos, engenheiros para evitar que a chuva cause a elevação do Rio Gravataí, represando a água naquela região evitando o escoamento.”
O coordenador da Defesa Civil do Município, Vanderlei Marcos, disse que ações já estão sendo realizadas no bairro com o intuito de minimizar futuros episódios relacionados às cheias. “Na enchente de maio teve locais no Parque da Matriz em que a água chegou a 2 metros de altura. Uma das primeiras ações que realizamos foi a construção de uma bacia de amortecimento de água, com cerca de 1,60 metro de profundidade, e capacidade para receber de 15 a 20 mil litros de água.” Marcos garante que a prefeitura está em conversação com a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para realizar intervenções junto à área da estação de tratamento e fazer a desobstrução do canal.
“A gente tem dialogado com a comunidade e entendemos a ansiedade das famílias. Já existe uma solicitação junto ao governo do Estado sobre adoção de medidas junto ao Rio Gravataí, como a ampliação do dique, a construção de uma casa de bombas e a colocação de comportas.” Segundo o coordenador da Defesa Civil, técnicos e ambientalistas estão avaliando o perímetro do arroio Passinhos, que tem cerca de 10 km e passa por áreas urbanas para que seja feita a sua manutenção. “Essa ação é bastante complexa, pois casas foram construídas quase que dentro do arroio e por isso temos dificuldade em ingressar com maquinário, sem falar que o solo ainda está muito encharcado.”