Moradores de Eldorado do Sul fazem manifestação para pedir melhorias no transporte coletivo

Moradores de Eldorado do Sul fazem manifestação para pedir melhorias no transporte coletivo

Grupo fez pequenas paralisações no trânsito na lateral da BR 290, junto à rótula com a av. Getúlio Vargas

Guilherme Sperafico

Moradores pararam ônibus da empresa durante o protesto

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A restrição de horários e a falta de opções para quem chega à noite estão entre as principais reivindicações de moradores de Eldorado do Sul, que questionam o transporte coletivo na cidade. No início da tarde desta sexta-feira, um grupo com dezenas de pessoas se reuniu na lateral da BR 290, junto à rótula do cruzamento com a av. Getúlio Vargas, para protestar contra a empresa Expresso Rio Guaíba.

Os manifestantes alegam horários restritos dos ônibus, que deixam os usuários sem alternativa e à mercê da insegurança, especialmente no período noturno. Segundo a estudante de Biologia e uma das organizadoras do movimento, Amanda Silveira, a falta de transporte público adequado afeta o cotidiano de quem precisa circular pela cidade ou retornar de suas atividades em horários fora do comum. "Hoje a gente tem a nossa segurança ameaçada, não tem como saber quando teremos ônibus, então isso nos prejudica no momento em que temos que recorrer a um serviço privado, como os aplicativos, para retornar em segurança para casa", afirma.

Os moradores também destacam a ausência de opções para quem volta tarde de faculdades e empregos, o que, segundo Amanda, compromete a empregabilidade e a vida acadêmica de muitos. “A gente tem pessoas perdendo o emprego por causa do transporte, tem pessoas que chegam atrasadas em ônibus super lotados”, relata.

Além disso, a estudante critica a falta de acessibilidade nos veículos: “Hoje a gente não tem a questão da acessibilidade para pessoas deficientes no ônibus, porque é um ônibus lotado; como que um cadeirante vai estar ali?”.

Outra preocupação é o valor da passagem, de R$ 6,55, considerado elevado diante das condições oferecidas, sem ar-condicionado e com falta de conforto e dignidade para os passageiros. Os manifestantes também reclamam do descaso enfrentado após a enchente recente, que deixou alguns bairros sem acesso a ônibus.

Como exemplo, citam o bairro Itaí, que, de acordo com Amanda, ficou "seis meses sem ônibus", e a falta de estrutura adequada para circulação segura dos pedestres. "O viaduto não tem nenhum espaço adequado para passar, o que compromete a nossa vida durante esse trânsito", aponta.

A segurança também foi lembrada no protesto, principalmente em relação ao risco de violência que mulheres enfrentam ao voltar para casa tarde da noite. Segundo Amanda, a precariedade do transporte público expõe as mulheres à violência em trajetos sem iluminação e policiamento. "A violência também deixa mulheres expostas à noite, podendo ser violentadas. Hoje a gente não tem segurança, não tem dignidade", enfatiza.

A manifestação reuniu moradores de diversos pontos da cidade, que questionam a situação do transporte coletivo na cidade. O ato foi organizado através das redes sociais e reuniu dezenas de pessoas. “Hoje estamos todos os bairros de Eldorado do Sul como um só, porque todos são afetados”, diz Amanda.

Durante o protesto, diversos ônibus da Expresso Rio Guaíba foram parados por alguns minutos, enquanto o trânsito dos outros veículos permaneceu liberado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Brigada Militar (BM) acompanharam a manifestação.

O Correio do Povo tentou contato com empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, porém, até o fechamento da matéria, ainda não havia conseguido.


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