Moradores de Eldorado do Sul fazem manifestação para pedir melhorias no transporte coletivo
Grupo fez pequenas paralisações no trânsito na lateral da BR 290, junto à rótula com a av. Getúlio Vargas
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A restrição de horários e a falta de opções para quem chega à noite estão entre as principais reivindicações de moradores de Eldorado do Sul, que questionam o transporte coletivo na cidade. No início da tarde desta sexta-feira, um grupo com dezenas de pessoas se reuniu na lateral da BR 290, junto à rótula do cruzamento com a av. Getúlio Vargas, para protestar contra a empresa Expresso Rio Guaíba.
Os manifestantes alegam horários restritos dos ônibus, que deixam os usuários sem alternativa e à mercê da insegurança, especialmente no período noturno. Segundo a estudante de Biologia e uma das organizadoras do movimento, Amanda Silveira, a falta de transporte público adequado afeta o cotidiano de quem precisa circular pela cidade ou retornar de suas atividades em horários fora do comum. "Hoje a gente tem a nossa segurança ameaçada, não tem como saber quando teremos ônibus, então isso nos prejudica no momento em que temos que recorrer a um serviço privado, como os aplicativos, para retornar em segurança para casa", afirma.
Os moradores também destacam a ausência de opções para quem volta tarde de faculdades e empregos, o que, segundo Amanda, compromete a empregabilidade e a vida acadêmica de muitos. “A gente tem pessoas perdendo o emprego por causa do transporte, tem pessoas que chegam atrasadas em ônibus super lotados”, relata.
Além disso, a estudante critica a falta de acessibilidade nos veículos: “Hoje a gente não tem a questão da acessibilidade para pessoas deficientes no ônibus, porque é um ônibus lotado; como que um cadeirante vai estar ali?”.
Outra preocupação é o valor da passagem, de R$ 6,55, considerado elevado diante das condições oferecidas, sem ar-condicionado e com falta de conforto e dignidade para os passageiros. Os manifestantes também reclamam do descaso enfrentado após a enchente recente, que deixou alguns bairros sem acesso a ônibus.
Como exemplo, citam o bairro Itaí, que, de acordo com Amanda, ficou "seis meses sem ônibus", e a falta de estrutura adequada para circulação segura dos pedestres. "O viaduto não tem nenhum espaço adequado para passar, o que compromete a nossa vida durante esse trânsito", aponta.
A segurança também foi lembrada no protesto, principalmente em relação ao risco de violência que mulheres enfrentam ao voltar para casa tarde da noite. Segundo Amanda, a precariedade do transporte público expõe as mulheres à violência em trajetos sem iluminação e policiamento. "A violência também deixa mulheres expostas à noite, podendo ser violentadas. Hoje a gente não tem segurança, não tem dignidade", enfatiza.
A manifestação reuniu moradores de diversos pontos da cidade, que questionam a situação do transporte coletivo na cidade. O ato foi organizado através das redes sociais e reuniu dezenas de pessoas. “Hoje estamos todos os bairros de Eldorado do Sul como um só, porque todos são afetados”, diz Amanda.
Durante o protesto, diversos ônibus da Expresso Rio Guaíba foram parados por alguns minutos, enquanto o trânsito dos outros veículos permaneceu liberado. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Brigada Militar (BM) acompanharam a manifestação.
O Correio do Povo tentou contato com empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, porém, até o fechamento da matéria, ainda não havia conseguido.