Moradores de Panambi reclamam do aumento no valor do IPTU

Moradores de Panambi reclamam do aumento no valor do IPTU

Já foram registrados 1,6 mil pedidos de revisão na prefeitura apenas este ano

Felipe Dorneles

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Moradores de Panambi reclamam de aumento considerado abusivo na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Desde janeiro, quando a prefeitura começou a distribuição dos carnês, já foram registrados 1,6 mil pedidos de revisão. Em alguns casos, o aumento ultrapassa 1000%.

Claudia Mazurkewiez da Silva Bacher, responsável por administrar oito imóveis da família, conta que, no ano passado, o valor pago pelo IPTU de uma casa, cinco terrenos e dois imóveis comerciais foi de R$ 4.716,00. Em 2018, a conta é de R$ 28 mil. Segundo ela, o maior aumento foi em um terreno com valor a pagar de R$ 9.843,67. No ano passado, foi de R$ 849,40. “Este terreno está igual, não foi feito nenhum tipo de construção ou modificação. É um aumento muito alto.” Em consulta à prefeitura, a resposta foi de que a cobrança está correta. A família diz que entrará com pedido formal de revisão e que, se o Executivo mantiver a resposta, pretende ingressar com ação judicial.

A moradora Maria Suzete Wegner relata que, em 2017, o valor pago referente à casa onde mora com a família foi de R$ 370,00. Neste ano, a cobrança é R$ 1.200,00. Ela conta que fez ampliação para uma lavanderia e garagem, mas diz entender que é uma metragem baixa para aumento de 220%. Em relação a outro terreno, que não teve modificações, o valor subiu de R$ 400,00 para R$ 700,00. “Não vamos pagar o imposto enquanto a situação não for resolvida. Já estamos em contato com um advogado para nos auxiliar.”

O prefeito Daniel Hinnah afirma que há cinco anos a prefeitura recebeu notificação do Tribunal de Contas de que o índice de imóveis do município estava baixo e, por isso, precisava de regularização. Há três anos, o Executivo contratou empresa para realizar o georreferenciamento, que mede a área e identifica a situação dos imóveis. “O aumento no valor cobrado em imóveis refere-se a mudanças que ocorreram em cada caso. Não aumentamos a taxa de cobrança do IPTU.”
Segundo Hinnah, a avaliação apontou que 50% dos bens haviam sofrido alterações que não estavam registradas na prefeitura. “A cobrança é justa. E o número de pedidos de revisão é baixo se comparado ao de imóveis da cidade.” Antes do georreferenciamento, havia 18 mil imóveis registrados no município. Hoje, são 26 mil. 

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895