Moradores do bairro Ipê, em Guaíba, vivem em meio a pilhas de lixo e inundação
Água volta a subir e ameaça invadir casas

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Quem caminha nas ruas do bairro Ipê encontra o rastro que a enchente deixou na cidade de Guaíba, na região Metropolitana. As residências, a maior parte alvenarias ou feiras de madeira, ainda ostentam a marca da inundação que atingiu os telhados. Após o nível da água voltar a subir nos últimos dias, os moradores receiam um novo dilúvio.
Não há asfalto na maior parte do bairro Ipê. O chão de pátios e vias se tornou um solo mole, lamacento e escorregadio. Pilhas de lixo também se acumulam em ruelas e becos estreitos, o que espalha um odor pútrido na atmosfera do lugar.
Na rua Três, há pelo menos dois pontos alagados. Ali, a água chega na altura do joelho de uma pessoa adulta e ameaça invadir as residências.
Rodrigo Bento Dias, de 39 anos, é proprietário de uma lavagem automotiva. Ele mora em uma casa no bairro Ipê, com a mulher e a filha adolescente. Em maio, a água os obrigou a ficar em um abrigo por três semanas. O temor é que, com a subida do nível da água nos último dias, a situação torne a se repetir.
“Do jeito que a água está subindo, eu e minha família vamos ter que deixar nossa casa mais uma vez. Por sorte a inundação é gradual, o que nos dá tempo de tirar meus pais de casa. Os dois são idosos e têm saúde precária”, disse o morador.
De acordo com a prefeitura, desde maio, a água gerou prejuízos que ultrapassam R$ 75 milhões na economia da cidade. Foram aproximadamente 300 empresas e quase 2,5 mil casas afetadas pela enchente.
Os bairros mais atingidos de Guaíba são a Cohab, Santa Rita, Assentamento 19 de Setembro, Engenho, Alvorada, Centro, Alegria, Florida, Passo Fundo e Amaral Ferrador. Por conta disso, um abrigo provisório montado no Ginásio Coelhão ainda acolhe 75 pessoas que perderam tudo.