Moradores voltam a enfrentar impasse com a CEEE Equatorial após tentativa de religação de energia

Moradores voltam a enfrentar impasse com a CEEE Equatorial após tentativa de religação de energia

Condomínio no bairro Menino Deus enfrenta exigências para instalação de subestação transformadora, enquanto a conta de luz já gera atritos entre os moradores

Guilherme Sperafico

Condomínio no bairro Menino Deus chegou a ficar 60 dias sem luz em decorrência das enchentes

publicidade

Moradores do Edifício Itapetininga, localizado na avenida Getúlio Vargas, bairro Menino Deus, em Porto Alegre, voltam a enfrentar um impasse com a CEEE Equatorial. Mesmo após reformar o quadro de luz e implementar melhorias, a concessionária agora exige a instalação de uma subestação transformadora, o que pode gerar custos superiores a R$ 100 mil, segundo estimativas preliminares.

No local, os 32 moradores já vinham enfrentando problemas desde as enchentes de maio, que comprometeram o fornecimento de energia. Na ocasião, eles chegaram a ficar praticamente 60 dias sem energia elétrica, devido a questões burocráticas impostas pela concessionária de energia. Após matéria publicada pelo Correio do Povo, o problema foi resolvido provisoriamente com a instalação de um único relógio para atender todos os residentes, até que fossem instalados os equipamentos individuais e definitivos.

"O quadro já foi praticamente remodelado. A estrutura está pronta para receber a instalação dos medidores, mas a CEEE insiste em burocratizar o processo, exigindo esta subestação transformadora sem necessidade", reclama Alexandre Maurello, um dos moradores. "Temos um poste com transformador bem em frente ao condomínio, que atende quase exclusivamente o nosso prédio e mais dois. Não há aumento de carga significativo para justificar isso", acrescenta.

Conforme o morador, o impasse se agrava com a proximidade do verão, quando o consumo de energia, principalmente com o uso de ar-condicionados, aumenta exponencialmente. Moradores relatam dificuldades para dividir as contas de luz, uma vez que o prédio está operando com apenas um relógio para todos os apartamentos. “As pessoas estão enlouquecendo. Quem pagava R$ 50, está pagando R$ 115. Quem pagava R$ 150, está pagando R$ 230, porque tem moradores que consomem muita energia, então é difícil fazer esse rateio”, explica Maurello.

As exigências da concessionária estão descritas em um documento enviado ao condomínio, que menciona a necessidade de atendimento em média tensão devido à carga instalada, algo que, segundo Maurello, contraria a avaliação dos próprios técnicos da CEEE, que consideram desnecessário o uso de uma subestação. "Todos os técnicos que estiveram aqui, disseram que não precisamos receber carga em média tensão, que isso é exigência para empresas e não para condomínio pequeno como o nosso", desabafa.

Segundo ele, os moradores já demonstraram interesse em individualizar os medidores, conforme permitido por uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas a concessionária segue exigindo a instalação da subestação, mesmo que o projeto elétrico do engenheiro responsável não tenha solicitado aumento de carga. "A gente já aceitou fazer a obra nova, mas agora eles querem que, além da obra nova, a gente compre um gerador de R$ 100 mil, que é caríssimo e inviável", finaliza.

Questionada sobre a situação, a CEEE Equatorial respondeu, em nota, que já prestou os esclarecimentos ao responsável técnico e aguarda os encaminhamentos para dar sequência à regularização do fornecimento de energia. Entretanto, a concessionária não informou se haverá, ou não, necessidade de instalação da subestação no prédio.

Confira a nota enviada pela CEEE Equatorial:

“A CEEE Grupo Equatorial esclarece que o painel de medidores do prédio foi danificado em virtude das enchentes, o que impediu a imediata energização.

Como o painel é de responsabilidade do cliente, houve a necessidade da contratação de um responsável técnico por parte do condomínio.

De qualquer forma, pensando na satisfação e conforto dos moradores, a Distribuidora disponibilizou uma ligação provisória para atender o condomínio até que as adequações necessárias sejam feitas.

Após a primeira análise da documentação apresentada pelo profissional contratado, a Distribuidora apontou a necessidade de adequação do projeto conforme os padrões técnicos e de segurança normatizados.

A Distribuidora já prestou os devidos esclarecimentos ao responsável técnico e aguarda os encaminhamentos do profissional para dar sequência à regularização do fornecimento do painel de forma rápida e com segurança.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895