Mudanças climáticas dobraram chance de o RS ter eventos extremos de chuva, diz estudo

Mudanças climáticas dobraram chance de o RS ter eventos extremos de chuva, diz estudo

Enchentes de maio afetaram 476 municípios gaúchos

Correio do Povo
Enchentes deixaram grande destruição no RS

Enchentes deixaram grande destruição no RS

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Um estudo divulgado nessa segunda-feira pela World Weather Attribution (WWA) aponta que as mudanças climáticas no Rio Grande do Sul, sobretudo causadas pelo El Niño, dobraram as chances de o estado ter chuvas extremas como as do mês de maio.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Defesa Civil Estadual, 476 municípios foram atingidos pelas enchentes, e há 172 mortos confirmados. A análise da WWA considera dois eventos de inundações no RS: um de 10 dias, entre 26 de abril e 5 de maio, e outro de 4 dias, entre 29 de abril e 2 de maio.

Nas observações, o El Niño (de dezembro a fevereiro) resultou num aumento consistente em todos os conjuntos de dados e para ambos os eventos: aumentou de 4% para 8% de probabilidade em intensidade para um evento extremo de 10 dias e elevou de 3% para 10% a chance para um evento extremo de 4 dias.

De acordo com o estudo, as inundações sem precedentes de abril a maio de 2024 no Rio Grande do Sul afetaram mais de 90% do estado, uma área equivalente ao Reino Unido.

O baixo rendimento foi identificado como um fator significativo do impacto das cheias. Assentamentos informais, aldeias indígenas e comunidades predominantemente quilombolas foram severamente afetadas.

• Confira o estudo na íntegra

A falta de um evento de inundação extrema significativo, até recentemente, em Porto Alegre, levou à redução do investimento e à manutenção do seu sistema de proteção contra inundações, com o sistema alegadamente começando a falhar a 4,5 m de inundação, apesar da sua capacidade declarada de suportar água de 6 m, de acordo com o levantamento.

O estudo aponta que as previsões e os avisos das cheias estavam disponíveis com quase uma semana de antecedência, mas os alertas podem não ter chegado a todas as pessoas em risco, e o público pode não ter compreendido a gravidade dos impactos ou saber que ações tomar.

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