Nível do Guaíba não representa nenhum alerta, alega Defesa Civil

Nível do Guaíba não representa nenhum alerta, alega Defesa Civil

Embarcações maiores registram dificuldade para navegar em alguns pontos do Guaíba

Correio do Povo

Tendência é que o nível continue baixo

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Aquelas pessoas que são acostumadas a passear pela orla do Guaíba perceberam uma mudança de cenário, principalmente, nas últimas semanas. As margens ficaram mais em evidência e galhos que eram encobertos pela água, agora aparecem e atrapalham alguns navegadores. De acordo com o coordenador adjunto de Proteção e Defesa Civil de Porto Alegre, major Telmo de Castro Soares Filho, até as 18h desta sexta-feira, o nível registrado nas medições feitas no Cais Mauá e na Ilha da Pintada era de 0,5m.

“Fiz uma pesquisa rápida através do Centro Integrado de Comando da Cidade (Ceic), desde 2013 até o final de 2014 o índice mais baixo registrado foi de 0,25 cm. Os números de hoje não representam nenhum alerta. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) segue fazendo a distribuição de água normalmente”, afirmou. Ele disse que a média normal, nesse período, é de 80 cm até 1,40 metro.

De acordo com o Ceic, comparando com janeiro de 2017, que não estava sob influência de fenômenos climáticos, o Guaíba oscilou entre 1,05 metro e 1,38 metro. O mesmo período em 2016, por causa do fenômeno El Nino, assinalou 1,96 metro, muito acima da média histórica. Somente depois da segunda quinzena de janeiro, a régua marcou menos de um metro. Dados de 2010 mostram que o nível do lago variou entre 83 cm e 1,84 metro. Em 2011, entre 51 cm e 71 cm.

O Centro disse ainda que a tendência é que o nível continue baixo, pois nas cidades dos afluentes do Guaíba, os volumes de precipitação estão abaixo da média histórica do mês. No Centro do Estado a média é 128 milímetros, e na Serra, 165 milímetros.

A previsão para o fim de semana é de predomínio de sol, com temperaturas que podem chegar aos 36°C à tarde. Conforme o Sistema Ceic Metroclima, no domingo muitas nuvens aparecem e provocam chuva forte, com volumes elevados. Temporais e ventos fores não são descartados. “A tendência é sempre que chove nas bacias o nível do Guaíba se eleva. A água vem de Caxias do Sul, Passo Fundo, São Sebastião do Caí, Montenegro, entre outras, e deságua aqui. O nosso monitoramento é constante, tanto manual como automático, por enquanto tudo está sob controle”, afirmou o major.

Dificuldade para navegar

O empresário Luiz Gustavo Gaya de Oliveira, 44 anos, salientou que neste ano o rio está mais baixo que nos últimos anos. “Acredito que possa afetar a qualidade de água para o Dmae. Para nós afeta a navegação, já que ele fica muito raso e barcos maiores não conseguem passar em muitos pontos”, detalhou. Ele explicou também que muitos galhos trazidos pelas enxurradas acabam trancando no fundo do rio e, quando ele baixa, ficam em evidência.

Acostumado com as águas do Guaíba – por onde navega há 60 dos seus 76 anos – Plínio Fasolo afirmou que há cerca de três anos não via ele tão raso. “A chuva irregular é responsável por esse cenário. Barcos com menos de 1,5 metro de calado conseguem navegar, com mais fica complicado. A tendência é que agora comece a chover e venha a frente fria – vento do Sul –, que represa a água e o nível tende a levantar.”

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