Números de internações pela Covid-19 caem, mas alerta sobre a pandemia segue na Região Metropolitana

Números de internações pela Covid-19 caem, mas alerta sobre a pandemia segue na Região Metropolitana

Alguns Hospitais de Campanha estão sendo desativados na região

Fernanda Bassôa

A flexibilização das medidas que tem sido menos restritivas entre as atividades comerciais e de serviços

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Mesmo ainda com números alarmantes em Estados de todo País, os municípios da Região Metropolitana do RS têm identificado uma estabilidade no número de positivados pelo novo coronavírus. Com isso, dia a dia, a rede de saúde tem apresentando queda das taxas de ocupação dos leitos de UTI. Inclusive, fazendo a desativação de alguns hospitais de campanha, aliada também a flexibilização das medidas que tem sido menos restritivas entre as atividades comerciais e de serviços.

Em Canoas, o secretário Fernando Ritter informou que o município está diante de uma curva descendente da doença, o que obriga o município a colocar em prática o 8º Plano de Contingência de Enfrentamento ao coronavírus. “O nível de transmissão que, em julho, era de uma pessoa para 40, hoje caiu de uma pessoa para duas, fator que tem refletido na diminuição da taxa de ocupação de leitos, na desativação dos dois hospitais de campanha e na reversão de leitos da Covid para leitos de UTI em outras especialidades, onde também existe demanda. Sem os hospitais de campanha, agora os moradores que apresentarem sintomas gripais ou suspeita da Covid devem procurar as Unidades Básicas de Saúde ou as Clínicas da Família.” Ritter diz que a expectativa da prefeitura, com a comunidade seguindo todas as medidas orientadas em protocolos, fazendo o uso de máscara e respeitando o distanciamento social, já no início do próximo mês, Canoas entre em bandeira amarela.

Os dados apresentados pela Prefeitura de Esteio, repassados pelo Hospital São Camilo, também dão conta de que o número de contágio está, de certa forma, estabilizando, com queda de atendimentos e internações pela Covid-19. Em abril, no início da pandemia, o São Camilo somou 152 atendimentos e 18 internações. Em julho, mês identificado como pico de contágio, foram 788 atendimentos e 53 internações. Hoje, outubro, o hospital registra uma média de 264 atendimentos e 16 internações. A direção da Fundação São Camilo informou que neste último mês as internações reduziram pela metade na unidade de internação e na UTI.

“Seguimos com média de 6 dos 8 leitos ocupados (estamos recebendo pacientes de outras cidades). O centro de triagem para Covid-19 continua funcionando, mas há possibilidade de modificações na triagem em relação a espaço físico, já que houve redução na procura de atendimento de pacientes com sintomas gripais. A instituição continuará fazendo a classificação e triagem dos pacientes com sintomas gripais com fins de garantir que não haja transmissão entre pacientes e familiares que procuram atendimento no hospital. Além disso, o hospital fará avaliação e reorganização dos leitos destinados à Covid-19 e às demais demandas de saúde do município”, esclarece a direção da casa de saúde, através de nota. A UTI Covid-19 do Hospital São Camilo continua atendendo a demanda tanto do município quanto sendo referência para outros municípios de pacientes acometidos pelo novo coronavírus.

Em Sapucaia do Sul, segundo informações da Vigilância em Saúde, as internações já apresentaram uma queda a partir do mês de setembro. Sapucaia do Sul, já passou dos 2,5 mil casos confirmados de coronavírus e a Rede de Atenção Básica de Saúde segue realizando ações preventivas e de combate à Covid-19, junto aos usuários e seus territórios de abrangência, a fim de repassar informações preventivas e acompanhar casos suspeitos. Segundo a secretária municipal da Saúde, Roberta Bazzo, o maior desafio para 2021 será o controle da curva de contaminação, para que não se tenha novos picos. “Teremos de ficar atentos e monitorar os usuários para controlar a curva.”

Em Gravataí, dos 32 leitos disponíveis para tratamento da Covid-19 no Hospital Dom João Becker, apenas 26 estavam ocupados até esta sexta-feira. De acordo com a assessoria da casa de saúde, nem todos os 26 são casos confirmados. Alguns pacientes com sintomas gripais ainda aguardam resultado de exames. Dados divulgados no site da Prefeitura de Gravataí, na manhã desta segunda-feira, apontam que a cidade tem mais de 5,7 mil casos confirmados, destes 4.214 recuperados. Além disso, seguem em recuperação 1.356 pacientes e o município contabiliza 159 óbitos pela Covid-19.

O secretário de saúde de Gravataí, Jean Tormann, diz que embora muitos possam estar cansados das medidas de enfrentamento da pandemia, sobretudo do ponto de vista emocional, a minoração de certas restrições não significa que a pandemia tenha acabado. “Este momento de afrouxamento para a retomada da atividade econômica requer responsabilidade individual para que não haja retrocesso para o coletivo, e, sobretudo, baixas. A vida é o que temos de mais precioso, e é plenamente compreensível a angústia de toda a humanidade pelo desenrolar dessa história, mas precisamos demonstrar que aprendemos algo com relação a como se portar em uma pandemia para que possamos não apenas vencê-la, como também evoluir como sociedade a partir desta crise, tal qual se tem feito ao longo da história humana. São tempos difíceis, mas precisamos nos unir pela promoção da saúde, da vida e também da economia.”

Na contramão dos outros municípios, mas tendo em vista medidas de precaução, Cachoeirinha busca alternativas para prorrogar a permanência do Hospital de Campanha na cidade.

“Há um receio muito grande, da equipe de epidemiologia de Cachoeirinha em que os casos voltem a aumentar por conta da retomada das atividades e de uma certa sensação de normalidade. A situação nos preocupa e os casos de atendimento no Hospital de Campanha aumentaram significativamente nos últimos dias. Outro fator que nos preocupa é que os hospitais de campanha da região Metropolitana fecharam e os pacientes seguem procurando atendimento. Hoje o Hospital de Campanha de Cachoeirinha é reconhecido pela qualidade dos seus atendimentos e é procurada por uma média de 120 pacientes com sintomas de Covid-19 ao dia. Não queremos perder essa referência e por isso estamos procurando uma alternativa. Como a estrutura tem um custo muito elevado para a cidade, nós estamos realizando um pedido de ajuda aos governos federal e estadual na tentativa de conseguir um auxilio extra para a manutenção do Hospital de Campanha. Nós também procuramos o Hospital Padre Jeremias para tentarmos construir uma solução, já que os contratos do HC acabam nesse final de mês. Sabemos que o atendimento aos pacientes é essencial e por isso estamos buscando uma solução ao menos por um período até termos segurança e a pandemia já esteja sob controle”, explicou o secretário de saúde, Juliano Paz.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895