O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo está "completamente seguro" de que não é necessário implementar o horário de verão no Brasil neste ano, descartando novamente a retomada da política pública. O anúncio dessa conclusão havia sido feito na última quarta-feira, dia 16. Durante o programa “Bom Dia, Ministro”, na manhã desta terça-feira, transmitido pelo Canal Gov, Silveira justificou que o sistema brasileiro é robusto e que há um planejamento “bem feito". “Nós estamos completamente seguros que não precisamos do horário de verão esse ano”, disse.
O ministro afirmou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reúne-se mensalmente para discutir a segurança energética nacional e a modicidade tarifária. "Chegamos à conclusão que, graças ao planejamento e ao índice pluvial nos últimos anos, nós estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para esse ano", afirmou o ministro. Ele também defendeu que as usinas hidrelétricas brasileiras, que dependem das técnicas brasileiras, dão segurança energética.
Leilão de reserva de capacidade
Silveira também anunciou que, em breve, será lançado o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), o primeiro certame com o objetivo de contratar projetos de tecnologia de armazenamento de energia por meio de baterias com fontes intermitentes, como a solar e a eólica.
Segundo o ministro, essa bateria irá literalmente “armazenar o vento” através das baterias. “A energia eólica vai ser armazenada estendendo a vida útil da energia produzida pelos nossos cataventos. O sol vai ser estendido, ou seja, com o sol que se põe às 6h30 e a energia solar que tem picos de produção muito altos durante o dia, vamos através da bateria ter o sol até 10h da noite armazenado em baterias. É um grande sistema que veio estabilizar”, afirmou. Silveira defendeu que o leilão de capacidade auxiliará o problema de apagões, que, nas suas palavras, não é apenas nacional, mas um problema no mundo inteiro. Na madrugada desta terça-feira, um apagão atingiu pelo menos nove estados do Brasil, entre eles o Rio Grande do Sul. O apagão foi desencadeado a partir de um incêndio ocorrido em uma subestação de alto volume, situada no Paraná.
Silveira não descartou, porém, que sigam para os próximos anos as discussões de uma eventual retomada na política pública, dependendo das condições de energia no país. "Sempre disse, desde o princípio da minha gestão, que o que não pode é faltar energia para o povo brasileiro. Por isso, nós teríamos a coragem completa e absoluta, caso fosse necessário, independente das opiniões e das controvérsias sobre o horário de verão, de implementar caso necessário", disse o ministro.
O ministro também comentou que os hábitos do brasileiro também mudaram a necessidade do planejamento energético nacional em função das mudanças climáticas, e que, além da questão do aumento da temperatura, há o avanço da eletromobilidade em muitos municípios. Sobre isso, anunciou que está concluindo negociações com a ministra de inovação e planejamento e com o presidente Lula para implementar a Secretaria Nacional de Mobilidade Energética, com planejamento energético para os próximos anos. “Vai aumentar muito a necessidade de infraestrutura para abastecer os carros elétricos no Brasil”, comentou.
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Gás do Povo e Luz do Povo
O ministro também tratou do programa Gás do Povo e Luz do Povo, que garantem gratuidade na tarifa de energia elétrica e na aquisição de botijões de gás de cozinha para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O programa voltado ao gás, a partir de novembro, beneficiará 50 milhões de pessoas, substituindo o auxílio gás.
“É importante que as pessoas conheçam a realidade brasileira e possam entender o quanto custa para o Brasil investir na saúde e nos acidentes que ainda existem nas residências com aquela dificuldade social com as queimaduras das mulheres e das crianças”, diz o ministro.
Ele ressaltou que o programa de saúde pública nacional é um dos compromissos internacionais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OBS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “É um programa que vai permitir uma sobra maior no bolso do povo brasileiro, que nós estamos trabalhando cotidianamente para que seja implementado a partir de novembro, mas nós queremos que até final de março ele esteja completamente implementado no Brasil", completou o ministro.