Cidades

Número de trabalhadores por aplicativos cresceu 25,4% entre 2022 e 2024, aponta IBGE

Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais no 3º trimestre de 2024

Pesquisa do IBGE inclui trabalhadores que atuam transportando pessoas
Pesquisa do IBGE inclui trabalhadores que atuam transportando pessoas Foto : Ricardo Giusti

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados nesta sexta-feira, indicam que no 3º trimestre de 2024, o Brasil tinha 1,7 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, o que inclui transporte de pessoas, entrega de alimentos e produtos, e com a prestação de serviços gerais. O número equivale a 1,9% da população ocupada no setor privado. Em relação a 2022, quando havia 1,3 milhão pessoas nessas ocupações, houve crescimento de mais 335 mil pessoas (25,4%).

Os dados pertencem ao módulo Trabalho por meio de plataformas digitais 2024, da PNAD Contínua. Esse módulo é experimental e fruto de um convênio com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

No recorte por tipo de aplicativo, 58,3% (964 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja de táxi ou diferentes de táxi, sendo 53,1% (878 mil pessoas) em transporte particular de passageiros excluindo os de táxi e 13,8% (228 mil) em aplicativos voltados para taxistas. Já 29,3% (485 mil) eram trabalhadores de aplicativos de entrega de comida, produtos etc., enquanto os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais somavam 17,8% (294 mil).

Entre 2022 e 2024, foi constatado um crescimento do total pessoas que exerciam o trabalho por meio de todos os tipos de aplicativos pesquisados, mas o destaque foi para as plataformas de prestação de serviços gerais ou profissionais, cuja expansão foi de 52,1% (de 193 mil para 294 mil pessoas). Em termos de contingente, o maior aumento se deu no transporte de passageiros (excluindo táxi), que passou de 680 mil para 878 mil pessoas (aumento de 29,2%).

| Foto: IBGE

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Regiões

De acordo com a pesquisa do IBGE, na análise pelas grandes regiões, a Sudeste, com 888 mil trabalhadores plataformizados, em 2024, registrou o maior percentual de pessoas que atuavam por meio de aplicativos de serviços em relação à população ocupada (2,2%).

Nas demais regiões, o percentual de plataformizados variou entre 1,4%, na Sul, e 1,9%, nas Norte e Centro-Oeste. Entre 2022 e 2024, destaca-se a acentuada expansão do contingente desses trabalhadores nas Regiões Centro-Oeste e Norte, acima de 50%, enquanto a menor variação foi verificada na Sudeste (17,0%).

Apesar de ter registrado uma taxa de crescimento abaixo das demais regiões, o Sudeste apresentou a maior expansão em termos absolutos (129 mil pessoas) e permaneceu com mais da metade dos trabalhadores por aplicativo do País (53,7%), ainda que tenha reduzido essa participação em relação a 2022 (57,5%).

A pesquisa identificou diferentes tipos de aplicativos de serviços utilizados no exercício do trabalho. No Brasil, entre as pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais de serviços no trabalho

principal, 53,1% (878 mil pessoas) utilizavam, nesse trabalho, aplicativos de transporte particular de passageiros (exclusive aplicativo de táxi); 29,3% (485 mil pessoas), aplicativos de entrega de comida,

produtos etc.; 17,8% (294 mil pessoas), aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 13,8% (228 mil pessoas), aplicativos de táxi (direcionados para taxistas). Considerando-se as pessoas

que trabalhavam por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja ou não de táxi, observa-se que, no País, havia 964 mil pessoas exercendo tal atividade, no trabalho principal, o que corresponde a

maior parte (58,3%) dos trabalhadores plataformizados.