Obras na Redenção geram dúvidas nos frequentadores

Obras realizadas pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) nas proximidades do Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, têm gerado preocupações entre os frequentadores da área. A principal dúvida é sobre a possível eliminação do banhado que se forma no local.

A publicitária Vanessa Melgare destaca que o banhado faz parte do ambiente original. “Na enchente vimos que existem as cidades esponjas, que usam de banhados e jardins para evitar o acúmulo de águas. Então, todas as águas do alto da avenida independência descem para a redenção, e para seus banhados e lagos, desde a organização do parque lá por 1935”, considera. Ela enfatiza que a prefeitura deveria manter e proteger o banhado em frente ao Colégio Militar e outros banhados do parque, alertando que qualquer tentativa de encanamento poderia ser um crime ambiental.

A professora aposentada da UFRGS, Ana Maria Dalla Zen, de 75 anos, também expressa preocupação. Ela espera que a obra seja realmente benéfica para o parque. “Tomara que seja uma obra importante e relevante para a redenção e não apenas uma estratégia para ampliar a área útil daqui do parque, mais uma vez”, disse observando que o banhado é um local de abrigo para várias aves migratórias.

O Dmae informou que está reconstruindo um trecho da rede de drenagem e a obra deve ser finalizada na próxima semana. O Departamento ainda observou que o sistema de drenagem do local existe há cinco décadas e garantiu que nada de novo está sendo executado, além de reparos.

“E o objetivo do serviço é minimizar os alagamentos registrados na área baixa da parque - que costuma registrar acúmulo de água nos dias de chuva, impactando também na saúde da vegetação. A obra consiste no reparo de 50 metros da tubulação, que tem 300mm de espessura, bem como de duas caixas com grelhas utilizadas para a captação de água”, diz a nota.