Polícia de Campo Bom apura denúncias contra agência de viagens

Polícia de Campo Bom apura denúncias contra agência de viagens

São 19 ocorrências de clientes que compraram pacotes, mas foram surpreendidos com o fechamento da empresa

Stephany Sander

Michele e Kelvin querem ressarcimento do valor da viagem de lua de mel

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A Polícia Civil de Campo Bom confirma que foram registradas até o momento 19 ocorrências por suposto estelionato contra a antiga proprietário da Sulmix Viagens e Turismo, mas o número pode ser maior. A empresa atuava na cidade. “As vítimas compraram pacotes de viagem, na maioria para destinos como Nordeste brasileiro e Punta Cana, pagaram à vista e foram informadas alguns dias antes do embarque que a empresa havia sido fechada, sem conseguir mais contato com a proprietária”, diz o inspetor Alberto Pozzobon. 

Foram feitas denúncias por pessoas de Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Venâncio Aires, Mato Leitão, Santa Cruz do Sul e Santa Clara do Sul. Para o casal de Novo Hamburgo Kelvin Wilbert e Michele Marques, a aguardada lua de mel virou um pesadelo. Meses antes do casamento, eles perceberam que não havia passagens compradas nem reserva nos hotéis indicados pela agência. “Vimos pessoas reclamando pelas redes sociais da agência e resolvemos checar nossas reservas. Descobrimos que nada havia sido comprado”, diz Kelvin, salientando que foram pagos R$ 11 mil por uma viagem à Jamaica para outubro deste ano. O mais surpreendente, segundo Michele, foi o sumiço da dona da agência. “Ela estava na nossa lista de casamento. Fiz mais de dez viagens com ela, éramos amigas e ela, além de sumir com nosso dinheiro, nos bloqueou no telefone e nas redes sociais”, conta Michele, afirmando que a mãe também teria sido lesada em uma viagem marcada para a próxima quinta-feira. 

O site da empresa ainda está no ar e, na página do Facebook, a Sulmix publicou nota alegando que a diminuição gradual na margem de lucro nos últimos anos, bem como o aumento de custos, fez com que a agência encerrasse as atividades em 10 de abril. O texto diz ainda que a empresa se compromete a responder todos os questionamentos de clientes e fornecedores em até 72 horas e que os contatos para ressarcimentos devem ser feitos via e-mail. “Mandamos o e-mail e percebemos, em contato com outras vítimas, que a resposta foi a mesma para todos. Perdemos, além de um valor em dinheiro, algo com valor sentimental, muito planejado, que é nossa lua de mel”, salienta Kelvin. Amigos do casal organizaram uma “vaquinha on-line” a fim de comprar nova viagem. 

Responsável pela apuração em Campo Bom, o delegado Clóvis Nei da Silva informa que a atribuição da investigação pode ocorrer no local onde a vítima sofreu o prejuízo ou onde foi feito o registro. “São muitas ocorrências em diferentes cidades, sendo dez só em Venâncio Aires, e podem aparecer mais. O estelionato, porém, ainda não se consumou, pois as vítimas têm até 1º de junho para serem ressarcidas”, explica. A delegacia de Novo Hamburgo, onde Kelvin e Michele registraram a ocorrência, intimou a proprietária para comparecer na última quinta-feira, mas ela não se apresentou. A reportagem tentou contato com a mulher, porém não obteve retorno até o fechamento da edição. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895