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Porto Alegre: mais de 60% da população demora até 30 minutos para se deslocar para o trabalho, aponta IBGE

No Brasil, automóvel lidera como meio de transporte para deslocamento, segundo Censo de 2022

Ainda segundo o Censo, 25,6% da população porto-alegrense demora entre 30 minutos e meia hora para o trabalho
Ainda segundo o Censo, 25,6% da população porto-alegrense demora entre 30 minutos e meia hora para o trabalho Foto : Pedro Piegas

Porto Alegre está entre as três cidades do Brasil com maiores proporções de pessoas que levam até meia hora para chegar ao trabalho. Segundo novos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta quinta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 62,8% da população demora até 30 minutos para se deslocar ao trabalho.

Deste número, 7,3% disse que demora até cinco minutos para chegar ao serviço. A Capital gaúcha fica atrás apenas de Florianópolis e Goiânia, onde 69,8% e 62,8% da população, respectivamente, demora até meia-hora para chegar ao local de serviço. A capital goiana leva vantagem em relação à Porto Alegre no percentual de pessoas que demoram até cinco minutos, com 7,5% da população.

Ainda segundo o Censo, 25,6% da população porto-alegrense demora entre 30 minutos e meia hora para o trabalho, enquanto 10,9% demora entre 1 e 2 horas, 0,7%, mais de duas horas para o mesmo fim.

Brasil: automóvel lidera como meio de transporte para o trabalho

Os números também revelaram que no Brasil o meio de transporte mais utilizado no deslocamento para o trabalho é o automóvel (32,3%), seguido por ônibus (21,4%), a pé (17,8%) e pela motocicleta (16,4%). Esses quatro meios de transporte, juntos, representam 87,9% do deslocamento para trabalho no país.

O uso de BRT ou ônibus de trânsito rápido representa somente 0,3% dos deslocamentos para trabalho no Brasil, proporção próxima ao de caminhonete ou caminhão adaptado (0,4%).

Brancos utilizam mais automóvel

Segundo o Censo, 59% das pessoas que usam automóvel para ir ao trabalho são brancas, proporção significativamente superior ao percentual de pardos que utilizam esse meio de transporte (32,9%), o segundo grupo que mais o usa.

A maioria da população de cor ou raça branca (42,9%) usa principalmente o automóvel para ir ao trabalho. Deslocamentos por ônibus (17,6%), a pé (15,7%) e por motocicleta (13,6%) também são expressivos.

Quanto ao deslocamento da população de cor ou raça preta para o trabalho, observa-se maior uso do ônibus (29,5%). O uso do automóvel, o segundo meio de transporte mais expressivo (21,0%), por 1,7 milhão de pessoas, é semelhante à quantidade de pessoas pretas que se desloca para o trabalho a pé, totalizando 1,6 milhões de pessoas (19,8%).

Notou-se também, que quanto mais alto é o nível de instrução das pessoas ocupadas, aumenta também o uso do automóvel, do trem ou metrô, e do táxi ou assemelhados, enquanto o deslocamento a pé ou por bicicleta perdem participação entre aqueles com graus de instrução mais elevados.

Deslocamento de estudantes

Além do deslocamento para o trabalho, os dados revelados apontaram que Chuí é a cidade com maior proporção de deslocamento de estudantes para fora do país, com 48,6% dos jovens se deslocando para a fronteira para estudar. Outros 4,4% também se deslocam, mas para outro município do país.

O Deslocamento para estudo no exterior é mais frequente em cidades fronteiriças do país

Regionalmente, a proporção de deslocamento para estudo em outro município no Norte (4,0%) é bem inferior à média nacional (7,2%), resultado que pode ser justificado pela relação entre municípios com áreas significativamente extensas e redes de transporte deficientes em diversas escalas. A mesma região, entretanto, tem praticamente o dobro da proporção de deslocamento para países estrangeiros (0,2%) em relação à média nacional.

Valores regionais de deslocamento para o estrangeiro acima da média do país também são observados nas regiões Sul (0,2%) e Centro-Oeste (0,2%), o que pode ser explicado pelas dinâmicas fronteiriças bastante presentes nessas regiões. O deslocamento para outros países, apesar de pouco significativo, revela uma dimensão das redes internacionais em que o Brasil está conectado para estudo, especialmente nas cidades fronteiriças do Sul do país.