Prefeitura alerta para o aumento rápido de pacientes com Covid-19 em Alegrete

Prefeitura alerta para o aumento rápido de pacientes com Covid-19 em Alegrete

Santa Casa tem 11 pacientes na UTI e existem doentes aguardando vaga no Hospital de Campanha

Fred Marcovici

A UTI Covid está lotada com 11 pacientes e já há doentes aguardando vaga no Hospital de Campanha

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O sistema de saúde alegretense inspira cuidados e preocupação, segundo afirma o prefeito Márcio do Amaral. A fila para a internação de pacientes com a Covid-19 não para de crescer. Além disso, nos últimos dias, houve aumento na média de contaminações e também de mortes pela doença causada pelo coronavírus no município. Somente nesta quarta-feira foram 116 novos casos. Ao todo, o município contabiliza 62 mortes até o momento.

Em reunião do Comitê de Gestão de Crise Covid-19 de Alegrete, a médica Marilene Campagnolo, uma das profissionais da linha de frente da Santa Casa, explicou que a UTI Covid está lotada com 11 pacientes e já há doentes aguardando vaga no Hospital de Campanha. A procura por consulta na Unidade de Pronto-Atendimento, onde fica o gripário, aumentou consideravelmente. “Está difícil atender as pessoas na hora que elas precisam, por causa da pressão no sistema”, lamentou a médica. No entanto, o problema vivido pelas autoridades é a velocidade com que a doença tem se espalhado nos últimos dias. “Se continuar do jeito que as pessoas estão transmitindo a doença umas para as outras, fica complicado, porque nós não temos como acompanhar com o aumento de leitos na UTI Covid, por exemplo, [o colapso] pode sim se tornar uma realidade”, alerta a secretária municipal da Saúde, Haracelli Fontoura.

Segundo ela, caso o número de pacientes aguardando internação continue crescendo nessa velocidade, é possível que o sistema de saúde de Alegrete entre em colapso. “A UTI Covid já está 100% ocupada. E continuam chegando pessoas que precisam de cuidados e até intubação. O sistema está muito mais pressionado”, alerta a secretária. O prefeito Márcio do Amaral destaca que a pressão no sistema de saúde – boa parte dela também causada pelo fato das pessoas terem relaxado nas medidas de isolamento e nos protocolos para controlar a disseminação do coronavírus - não afeta só pacientes, mas também os profissionais que têm de lidar com a sobrecarga de trabalho. “Vejo que os profissionais da saúde estão com medo e cansados, desgastados. Estão trabalhando no limite. Ou nós revertemos a curva de crescimento ou, em breve, teremos que tomar medidas duras. Se a curva de crescimento for mantida, corre o risco de colapso. Mas é claro que se todos apoiarem isso não irá acontecer”, enfatiza o prefeito.

Amaral pondera que o comércio tem sido parceiro e tem cumprido as regras e que o problema maior é de uma parte da população que não está consciente dos reais perigos da pandemia. “O comércio está fechando às 20h. Precisamos de reflexão. Quem não está usando máscara? Os números mostram que não estamos respeitando o distanciamento social. Festas de fim de ano, Carnaval e daqui a pouco a Páscoa. Denúncias de festinhas clandestinas todos os finais de semana e excursões para a praia. Não existem milagres. Ou paramos de nos enganar ou temos que ter a consciência de que não vai ter vagas no hospital para todos. E a maioria dos hospitais da região e da Capital não estão recebendo pacientes. Não há para onde ir”, finaliza.


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