Prefeituras da Serra decretam situação de emergência em razão dos temporais

Prefeituras da Serra decretam situação de emergência em razão dos temporais

Flores da Cunha, Nova Roma do Sul e São Marcos têm prejuízos nas áreas urbana e rural

Celso Sgorla

São Marcos registra danos em cem imóveis

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As prefeituras de Flores da Cunha, Nova Roma do Sul e São Marcos, na Serra, decretaram situação de emergência nesta quinta-feira em razão dos danos com as chuvas, o vento e o granizo desta semana. Na quarta, a administração de Nova Pádua já havia tomado a mesma medida.

Em São Marcos, a decisão ocorreu depois do parecer técnico da Defesa Civil apontando que os locais mais atingidos foram os loteamentos Colina Sorriso e Vida Nova e os bairros Jardim do Plátanos, Polo e Henrique Pante. “Houve destelhamento de cerca de 100 edificações, entre indústrias, prédios públicos e residências. Foram identificadas dez famílias que tiveram que deixar as moradias, porém não há relato de feridos”, informa o coordenador da Defesa Civil no município, Vinicius André Capeletti. Houve também queda de postes e ainda há, nesta quinta, alguns pontos do município sem energia. Segundo ele, foram distribuídos 600 metros de lona.

Já no interior do município, os maiores prejuízos foram nas comunidades de Tuiuti, Marechal Deodoro, Zambicari, Tiradentes, Rosita, Santo Henrique, Santana, Edith e Riachuello. “Os danos nas áreas de produção são vultosos, chegando à perda total da produção de uvas, pêssegos, ameixa, caqui e maçã em algumas propriedades.”

Em Flores da Cunha, o prejuízo estimado pela Secretaria da Agricultura e pela Emater é de R$ 70 milhões. Somente no cultivo da uva, chega a R$ 61 milhões. Também houve perdas nas culturas da cebola, alho, pêssegos e maçã, além de estragos em aviários, prédios públicos, residências, redes elétrica, de água e esgoto, estrutura viária e telecomunicações. Ainda conforme informações da prefeitura, 32 comunidades foram afetadas e 100 moradias tiveram algum tipo de dano.

Em Nova Roma do Sul, segundo o prefeito Douglas Pasuch, as perdas chegam a 80% na produção de uva. Também foram afetadas as culturas de alho, cebola, pêssego e ameixas. Em valores, o prefeito estima prejuízos de R$ 20 milhões. Pasuch diz que a maior parte das propriedades atingidas não tinha seguro agrícola. O município tem, segundo dados do IBGE, mil hectares de parreiras. Já em Nova Pádua, 90% da produção de uva e 80% de outras culturas, como cebola, alho e pêssego, foram perdidos.

Balanço da Emater em 12 cidades

Os dados divulgados nesta quinta-feira pela Emater regional apontam que, nos 12 municípios atingidos, 17 mil hectares de frutas e hortaliças tiveram perdas causadas pelo granizo. O engenheiro agrônomo Ênio Todeschini, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, destaca que em volume total as perdas foram de 250 mil toneladas, que irão originar R$ 345 milhões de prejuízos diretos.

Os maiores problemas estão nas lavouras de uva e pêssego. Em relação à uva, conforme Todeschini, a cada quatro quilos colhidos um foi perdido. Segundo o engenheiro agrônomo, a Emater estava estimando a próxima safra em 790 mil toneladas e, pelo levantamento nos 12 municípios, as perdas ficarão em torno de 200 mil toneladas. No pêssego, os prejuízos apurados serão de 20 mil toneladas, o equivalente a R$ 40 milhões. Todeschini informa que a nuvem de chuva que atingiu a região começou no Vale dos Rio das Antas, em Monte Belo do Sul, se estendendo até Monte Alegre dos Campos, e foi deixando um rastro de destruição.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895