Recuo do Guaíba traz alívio para os moradores de Porto Alegre e uma sensação de retorno à rotina na zona Sul

Recuo do Guaíba traz alívio para os moradores de Porto Alegre e uma sensação de retorno à rotina na zona Sul

Frequentadores da Orla de Ipanema voltaram a praticar atividades físicas

Correio do Povo

Recuo do Guaíba traz sensação de retorno à rotina no bairro Ipanema, na Zona Sul

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O recuo do Guaíba trouxe um alivio para os moradores de Porto Alegre e uma sensação de retorno à rotina para alguns frequentadores da Orla de Ipanema, na zona Sul da Capital. Após dois meses da enchente, muitos estão felizes por retomar as atividades físicas à beira do Guaíba.

Maria Dolores tem 80 anos e revelou que pratica caminhada há mais de 20 anos. Ela não teve a sua casa atingida pela enchente de maio, mas lamentou o período que ficou sem aproveitar a Orla de Ipanema. Este retorno não apenas representa um aspecto essencial de sua saúde física e mental, mas também uma conexão renovada com a natureza e a comunidade local. Sua preocupação atual é com a manutenção dos estragos causados no calçadão e o medo de um novo alagamento.

A aposentada destacou a importância de preservar a limpeza do Guaíba, observando a quantidade de resíduos que recebe dos afluentes. “Ontem o nível estava maior. Hoje está bem melhor, espero que continue assim”, declarou afirmando que espera que as previsões de novas cheias não se realizem. “Mas a água vem lá de cima, não tem como não invadir Porto Alegre. Estava muito bonita a nossa caminhada aqui, agora tem que arrumar tudo de novo”, declarou.

Evaldir Souza, de 77 anos, também é um frequentador da Orla de Ipanema e realiza atividade físicas diariamente. Ele compartilhou suas reflexões sobre a importância da conscientização ambiental desde a infância. "Desde o colégio, nos primeiros anos, deveria haver uma matéria especial orientando as crianças sobre como descartar o lixo", enfatizou ressaltando a necessidade de envolver não apenas os jovens, mas também os pais e vizinhos nesse processo educativo.

"Educação ambiental é essencial. Se eu reclamo com alguém sobre lixo na rua, muitas vezes sou ignorado. Precisamos mudar isso", concluiu Evaldir lembrando que a enchente de maio devastou o bairro derrubando muros e invadindo casas. Segundo ele, uma das consequências da enchente é a desvalorização dos imóveis e a solução imediata seria o desassoreamento e dragagem dos rios.

“Essa aqui não foi a última. O Guaíba está estufado. Enquanto não desassorear o leito isso vai continuar ocorrendo”, observou.


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