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Relatório da ONU aponta que compromissos diminuem emissão de gases

Entretando, metas dos países ainda estão muito abaixo do necessário

Transportes são responsáveis por grande parte das emissões
Transportes são responsáveis por grande parte das emissões Foto : Fabiano do Amaral

As novas metas de redução de gases do efeito estufa apresentadas neste ano indicam, pela primeira vez, uma queda das emissões, mas é preciso acelerar o processo. Essa é a conclusão de um relatório divulgado nesta terça-feira pelo braço da Organização das Nações Unidas (ONU) que trata das mudanças climáticas.

O estudo foi feito com base em 64 NDCs, as Contribuições Nacionalmente Determinadas, na sigla em inglês, que são as metas. Esse número representa apenas um terço dos países signatários. Pelos dados limitados, o relatório ressalta que não é possível uma análise em nível global. O secretário-executivo da ONU para as Alterações Climáticas, Simon Stiell, escreveu que a cooperação climática está levando “a curva de emissões para baixo, embora ainda sem a rapidez necessária”.

As novas NDCs apontam para uma redução de 17% das emissões em relação a 2019, ainda muito abaixo dos 60% apontados por cientistas, afirma Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima. Ela diz, no entanto, que é possível atingir a meta mais ousada, porque já existe tecnologia acessível e barata.

“A gente tá falando do sol, do vento, da biomassa. Então, esses são os recursos que vão ser os nossos maiores aliados nessa transformação. O que falta é a vontade política dos países se comprometerem de fato com essa transição na velocidade que a gente precisa.”

O relatório afirma que ações de adaptação aparecem com mais destaque: sete em cada dez NDCs falam disso. Um ponto importante nas discussões é o financiamento: os países que precisam de dinheiro indicaram um total de cerca de US$ 1,97 trilhão.

A transição justa, em que a mudança para uma economia mais verde não aumenta as desigualdades, também é apontado em vários planos. Os países ainda falam de transferência de tecnologia, capacitação, abordagens de perdas e danos e do papel de florestas, gêneros e povos tradicionais.

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