Retorno de moradores a Ilhas de Porto Alegre vira miragem após novo risco de inundação
Água tornou a invadir ruas na Ilha da Pintada
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Aproximadamente 80% dos moradores da região das Ilhas, em Porto Alegre, estão fora de casa desde o início de maio. Além disso, ao contrário do que eles desejam, não há prazo de retorno ao bairro Arquipélago. Isso porque as novas cheias do Delta do Jacuí e do Guaíba transformaram em miragem o sonho da volta ao lar.
Quase não há fluxo de pessoas nem abertura do comércio na Ilha da Pintada. Nesta quinta-feira, a água tornou a invadir a região, alagando pontos entre a rua Japeju e a Avenida Presidente Vargas.
Ainda no local, a inundação atinge a fachada das casas e começa a estabelecimentos. O alagamento também impede o tráfego de veículos e gera pilhas nas calçadas.
Aureo Richetti é proprietário de um mercado na região. O avanço da cheia não o preocupa, porque não há mais quase nada para perder. Fechado desde o dilúvio, o estabelecimento acumula prejuízo superior a R$ 1 milhão.
“Se a água invadir o mercado novamente, tenho poucas coisas para retirar. Quase tudo já foi perdido. Ocorre que agora toda a chuva gera pavor de inundação. Abri o mercado em 2017, mas ainda não tinha passado por uma situação dessas”, disse o homem.
O alerta de inundação também adiou a volta das aulas na Ilha da Pintada. Por isso, apenas atividades on-line são oferecidas aos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso e a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ilha da Pintada.
Nos últimos dias, ambas instituições recebem o efetivo da Marinha do Brasil para operações de limpeza. Desde o início de junho, atuam diariamente cerca de 20 militares, com o apoio de caminhões, maquinário e produtos de limpeza. O efetivo também atua no restabelecimento da energia elétrica, abastecimento de água e instalação de sinal de internet.