O Rio Grande do Sul reduziu em 23,1% suas emissões brutas e 26,8% de gases causadores do efeito estufa entre 2021 e 2023, segundo dados do Inventário Estadual de Gases do Efeito Estufa, apresentados nesta quinta-feira pela secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), no Palácio Piratini, em Porto Alegre. No caso das brutas, a queda foi de 117,8 milhões para 90,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), enquanto nas emissões líquidas, a redução foi de 95,1 milhões para 69,6 milhões de toneladas.
Atividades agropecuárias se mantiveram estáveis como o principal fator emissor, com 47,5% do total, seguido pelo setor de energia, com 26%. Agricultura, mudança de uso do solo e florestas são responsáveis por dois terços das emissões estaduais. O RS emitiu, em 2022, sete toneladas de CO2e por habitante, menos do que a média nacional, de 9,6 toneladas de CO2e, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, o Rio Grande do Sul é responsável por 3,9% das emissões do Brasil, que, por sua vez, corresponde a 4,3% do que é emitido globalmente.
O Estado também terá uma extensa delegação na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP30, em Belém do Pará, em novembro. Estarão no evento global o governador Eduardo Leite; além da Sema, outras cinco secretarias (Inovação, Ciência e Tecnologia; Reconstrução; Planejamento, Governança e Gestão; Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação; e Educação); três bancos (BRDE, Badesul e Banrisul), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e Agência de Investimento Invest RS.
Quatro grandes lançamentos e assinaturas estão previstos na participação do Estado. Sema e BRDE vão anunciar acordo de cooperação para implementar planos de adaptação para municípios; haverá o lançamento do Book de Oportunidades e Investimentos em Transição Energética, da Sema e InvestRS; entrega dos roteiros de descarbonização das cadeias produtivas para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Federação da Agricultura do RS (Farsul); e uma parceria entre o governo do RS e Banrisul para diagnóstico e incentivo para redução de gases de efeito estufa na agropecuária.
O RS será ainda painelista em mais de 30 eventos durante a COP30 e terá mais de 15 reuniões bilaterais com bancos internacionais e a Fundação Z Zurich, vinculada à seguradora Zurich. Entre os temas a serem levados, a secretária da Sema, Marjorie Kauffmann, destacou os planos Rio Grande e de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável; ProClima 2050, projetos de descarbonização, biodiversidade e hidrogênio verde; as Cartas dos Biomas Pampa e Mata Atlântica e as Políticas Públicas a partir do projeto Roadmap Climático, criado para auxiliar os municípios na tomada de decisões a respeito do enfrentamento das mudanças climáticas.
“As reduções das emissões mostram que o Rio Grande do Sul vem consolidando uma política climática consistente, baseada em dados, planejamento e ações integradas entre diferentes setores. O resultado é fruto de um esforço coletivo, que envolve o governo, o setor produtivo e a sociedade gaúcha”, disse.