Rio Uruguai segue crescendo apenas em Itaqui e Uruguaiana

O rio Uruguai, nesta quinta-feira, segue crescendo o volume das águas apenas em Itaqui e Uruguaiana. Já nas cidades da cabeceira, manteve o recuo desde Itapiranga e, agora, até São Borja. A extensão da linha do rio Uruguai conta com 7.882 atingidos pela cheia, sendo a grande parte em Uruguaiana.

Em Itaqui, o rio marca 12,74 m, ultrapassando a cota de inundação, que é de 8,30 m, e em elevação. A medida superou os 12,61 m registrados no dia 25 de outubro. De acordo com o levantamento, são 1.112 pessoas atingidas, dividindo-se em 96 casas volantes que foram mais de uma vez remanejadas no último mês e 304 moradias fixas alagadas ou em situação de risco. São 78 pessoas assistidas no Ginásio Castelo Branco e nas Escolas Otávio Silveira e Vicente Solés, além de 1.034 desalojados.

A avenida Independência, principal da cidade, está totalmente alagada. O prédio da Receita Federal segue inundado. O DNIT por medida preventiva mantém interrompido o tráfego na Ponte do Ibicuí, que liga Uruguaiana a Itaqui, por prazo indeterminado.

Em Uruguaiana, o rio mede 11,46 m, superando a cota de inundação que é de 8,50 m e crescendo. São 5.210 atingidos, sendo 264 desabrigados, distribuídos em seis alojamentos, e 1.930 desalojados e os demais prejudicados de alguma forma pelas águas. O coordenador da Defesa Civil municipal, Paulo Woutheres, reitera que as pessoas permaneçam fora das moradias atingidas e reforçou que as águas deverão manter o crescimento no município.

A projeção é de que até o sábado, o rio supere os 12,15 m, marca da segunda maior cheia da história da cidade. Um drive thru Solidário, em frente à prefeitura, apoiado pelo Exército Brasileiro, arrecada das 9h às 19h, donativos junto à população. A Associação da Brigada Militar e Corpo de Bombeiros Militar do RS (ABAMF) doou meia tonelada de alimentos à campanha.

Em São Borja, o rio mede 14,57 m, ultrapassando a cota de inundação que é de 9 m, começando a baixar. O pico atingiu 15,05 m. Há 1.560 pessoas afetadas, de 386 famílias fora de casa. Os 170 desabrigados estão sendo atendidos em 10 locais montados pelas autoridades e há aqueles que permanecem em barracas por precaução. Os 1.390 desalojados estão em parentes e amigos.

A orientação é de que os ribeirinhos fiquem fora de casa, salienta Moacir Tiecher, coordenador municipal da Defesa Civil. “Ruas dos bairros do Passo, Itacherê, Vila Santa Rosa, Promorar e entorno estão encobertas pelas águas”. Tiecher também pontua ser uma das inundações mais longas do município, o que agrava, ainda mais, a situação.

Em Barra do Quaraí, divisa com o Uruguai, o rio Quaraí mede 9,12 m, superando a cota de cheia 8,50 m e crescendo. As 18 famílias desalojadas e duas desabrigadas assistidas pelo município aguardam pelo retorno às casas.