Seberi promove a Festa da Semente Crioula

Seberi promove a Festa da Semente Crioula

Evento reuniu centenas de pessoas de vários estados brasileiros e de outros países no sábado

Agostinho Piovesan

Agricultores partilharam sementes

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Centenas de pessoas de vários estados brasileiros e de outros países participaram nesse sábado, em Seberi, no Norte do Estado, da 5ª Festa da Semente Crioula. Várias atividades ligadas à agroecologia foram realizadas durante o dia, entre as quais a troca de sementes crioulas, como milho, feijão e trigo foram realizadas na sede da Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Biocombustíveis do Brasil (Cooperbio) localizada na Linha Tesoura, em Seberi.

Segundo a bióloga e dirigente do MPA, Débora Varoli, a semente é a base do alimento. “Todo o alimento é antes uma semente, e essa atividade representa uma aliança entre o campo e a cidade pela soberania alimentar, na perspectiva que é possível e necessário produzir alimento sem veneno, sem adubos químicos, sem manipulação genética e com respeito ao meio ambiente”, observa. A Festa da Semente Crioula é realizada desde 2013.

Durante o dia os agricultores participara, ainda, de atividades de formação, partilha de sementes crioulas, rodadas de conversa, feira agroecológica com feirantes de toda região, apresentações culturais e almoço com cardápio típico camponês elaborado a partir de alimentos agroecológicos, produzidos sem veneno. O maior número de delegações veio de várias regiões do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A coordenação do MPA informa que atualmente a área onde está instalada a Cooperbio é certificada como produtora orgânica, contendo experimentos voltados à agroecologia e servindo de centro de formação para camponeses de todo o Rio Grande do Sul, de outros estados do Brasil e até do exterior interessados em sistemas produtivos que se integram à natureza.

A integrante do MPA, Irene Reis da Silva, disse que é forte o simbolismo da semente para o campesinato: “Nós plantamos, colhemos e preservamos a semente para compartilhar, assim compreendendo que cuidar da semente significa cuidar da própria vida”, observa. Ela afirma que é diferente a relação que o camponês estabelece com a semente, daquelas pessoas que se dedicam exclusivamente aos pacotes agroquímicos. "Avaliamos que, para a agricultura comercial as sementes são uma espécie de dinheiro, uma forma de agregar capital, já na agroecologia as sementes e as mudas são vida, são bens comuns que devem ser preservados, multiplicados e compartilhados entre todas as pessoas", conclui.

Correio do Povo
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