Sem luz há 22 dias, dois moradores seguem em casa para evitar furtos no extremo Sul de Porto Alegre
Equipes da CEEE Grupo Equatorial faziam uma operação para reestabelecer a energia elétrica no bairro Lami
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Gilson Decussatti, de 68 anos, e o irmão, de 69, são os únicos moradores que não saíram de casa, na rua Nova Olinda, no bairro Lami, no extremo Sul de Porto Alegre. Eles estão sem luz há quase um mês, mas seguem no local por receio de furtos.
A rua é um dos pontos mais alagados na região. Ali, neste sábado, equipes da CEEE Grupo Equatorial faziam uma operação para reestabelecer a energia elétrica.
Gilson relata que a localidade está sem eletricidade desde o dia 3 de maio. A esposa, que morava com ele, se mudou para a casa da filha, na zona Norte.
“Meu irmão, que é vizinho, decidiu ficar comigo nessa missão. Enquanto um de nós fica na residência, o outro vai buscar comida em algum mercado próximo. Também fazemos isso quando vamos tomar banho na casa de amigos, um vai e outro fica no local, vigiando”, explicou Gilson, que é diretor de uma escola de ensino infantil.
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A decisão de permanecer na rua é uma tentativa de evitar furtos. O homem conta que, na parte da noite, bandidos em embarcações invadem imóveis em busca de pertences que moradores não conseguiram retirar. Ele reconhece, no entanto, que isso ocorre apesar da presença de policiais na localidade.
“Sempre há policiais que fazem rondas no bairro. Ocorre que é muito difícil conter furtos quando escurece, ainda mais sem energia elétrica. O movimento de criminosos na parte da noite é constante”, disse.
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Condições de saúde também são precárias na localidade, uma vez que o posto de saúde no Lami foi inundado. O deputado e médico, doutor Thiago Duarte, conta que moradores recebem tratamento em uma igreja na região.
“A principal preocupação é com leptospirose, porque a inundação oferece esse risco aos moradores. Outro foco de prevenção são as ações contra a dengue”, contou o doutor.