“Seria impossível realizar as provas no RS”, afirmou ministra sobre adiamento do Enem dos Concursos
Segundo Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, não há nova data definida para a realização das provas
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A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que seria inviável aplicar as provas do Concurso Público Nacional Unificado, agendado inicialmente para este domingo, em função das condições estruturais e de segurança após as enchentes no Rio Grande do Sul. Ao lado do ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, ela confirmou o adiamento do “Enem dos Concursos” em todo o país.
Segundo a ministra, uma das premissas do concurso é garantir um acesso democrático para todos os participantes, o que se tornaria inviável em função dos transtornos vividos no RS. “Estamos diante de uma calamidade de proporções inéditas no Brasil. Nosso primeiro compromisso é nos solidarizar com as vítimas desta tragédia. A gente sabe que os candidatos estavam preparados e estudando. Estávamos focados em garantir a realização da prova, mas o cenário da região Sul foi se agravando a cada hora. A conclusão é que seria impossível realizar a prova no RS pelo risco das pessoas envolvidas nesse processo”, apontou.
Esther ainda citou que o concurso seria realizado em 228 cidades, envolvendo mais de 2 milhões de inscritos e 200 mil pessoas trabalhando na aplicação das provas. Apenas no RS, seriam 100 mil pessoas envolvidas, sendo 80 mil candidatos e 20 mil fiscais e seguranças. Ela ainda afirmou que o concurso não tem uma nova data definida.
“Nas próximas semanas poderemos divulgar, mas todas as questões logísticas nos impedem de definir isso hoje. As provas já estavam nas capitais, inclusive em Porto Alegre. Elas já estavam em 65% das cidades de aplicação. A nossa ideia é centralizar elas novamente em um local para garantir a integridade delas e poder reaplicar elas na nova data. Construímos um acordo para garantir a viabilidade do concurso. A nossa conclusão é de que a solução mais segura é o adiamento em todo o Brasil. Com isso, vamos garantir aos inscritos que todos terão as mesmas condições para a realização das provas e com respaldo jurídico”, completou a ministra.
O ministro Paulo Pimenta também participou do pronunciamento e destacou o apoio dado pelas outras unidades da federação aos atendimentos das vítimas no Rio Grande do Sul.“Como gaúcho, agradeço as inúmeras manifestações de solidariedade que nosso estado tem recebido nestes dias de dificuldades”, falou.
No início da tarde desta sexta-feira, uma notícia de fato foi encaminhada pelo Ministério Público Federal ao governo para que uma decisão fosse tomada ainda hoje. O documento foi assinado por seis procuradores da República e solicitava o adiamento das provas em função das chuvas que atingem o estado, considerando também a situação de calamidade pública decretado no RS
No documento, os procuradores pediram informações também sobre quais “providências seriam adotadas em relação aos candidatos do Estado do Rio Grande do Sul, diante da tragédia ambiental, de forma a garantir seu direito a participar do referido certame e concorrer às vagas disponibilizadas no concurso, de forma isonômica”.