Tá Na Mesa discute atuação das cooperativas na retomada econômica do RS

Tá Na Mesa discute atuação das cooperativas na retomada econômica do RS

Evento da Federasul também alertou para necessidade de anúncios de medidas emergenciais para evitar ondas de demissões

Correio do Povo

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A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) realizou a segunda edição do Tá Na Mesa após as enchentes que assolaram o RS. O evento foi realizado de forma remota no início da tarde desta quarta-feira, tendo em vista que o Palácio do Comércio foi invadido pelas águas e ainda está em processo de recuperação.

Nesta edição do evento, o Tá Na Mesa abordou a importância da atuação das cooperativas de crédito na retomada econômica do RS. Os convidados para o debate desta quarta foram o diretor-presidente do Banco Sicredi, Cesar Bochi, e o presidente do Bancoob, Marco Aurélio Borges de Almada Abreu, que está à frente da cooperativa Sicoob.

Segundo Bochi, a Sicredi, por ter surgido no RS, sentiu os impactos da catástrofe climática. Atualmente, a empresa possuir 30% do seu ativo no estado, com mais de 2 milhões de pessoas e 260 mil empresas associadas. Além disso, ele ressaltou que o impacto vivido em setembro no vale do Taquari ajudou na definição de ações da cooperativa no último mês.

“No ano passado, atuamos de forma rápida, prorrogando operações de créditos e ajudando as pessoas a se reorganizarem. Fizemos um guia de apoio em desastre. Era um guia que nós não queríamos voltar a usar, mas serviu de base para nossas ações agora em maio. Temos, através das linhas de crédito, uma forma de dar condições às pessoas para se reerguerem. Não é o crédito que consome renda, mas é o crédito que gera renda”, afirmou.

Já Almada Abreu destacou as negociações com o Banco Central para driblar as dificuldades técnicas da regulamentação para o setor em momentos de crise. Ele citou ainda que 65 agências do Sicoob ficaram sem condições de funcionar em função dos estragos causados pela enchente e que cooperativas de Santa Catarina e Paraná auxiliaram em ações de solidariedade ao povo gaúcho.

“Em vários momentos, nós fizemos um levantamento rápido das normas do Banco Central que nos impediriam de fazer prorrogações, por exemplo. Se não tivéssemos a insistência de seguir batalhando, teríamos feito menos do que fizemos de fato. Mas no final, todos os nossos apelos foram atendidos pelo Banco Central, pois este é um momento de somar esforços. Precisamos reunir o máximo de esforço possível para minimizar os impactos e pensar em como podemos apoiar nosso cooperado no que está por vir”, completou.

Medidas emergenciais para evitar onda de desemprego

O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, também alertou para a necessidade do governo federal adotar medidas emergenciais para evitar uma crise econômica no RS. A entidade tem realizado reuniões com entidades, sindicatos e a bancada política gaúcha para pressionar a União a anunciar auxílios para empresas e empregados, e evitar uma “onda de desemprego”. Segundo ele, a medidas precisam ser definidas o quanto antes, pois as empresas que estão sem produzir, vender ou prestar serviço teriam até sexta-feira para pagar seus funcionários.

“Estamos todos de braços dados tentando encontrar soluções, tanto emergenciais como de médio e longo prazo. Precisamos unificar as pautas do setor produtivo. Se não tivermos medidas emergenciais anunciadas até esta quinta-feira pelo governo federal, temos medo de uma onda de demissões no RS. Precisamos de politicas públicas para estancar a hemorragia. Também corremos o risco de um êxodo muito forte de trabalhadores para outros estados”, salientou.


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