Trabalhadores do transporte coletivo entram em greve na quarta-feira em Canoas

Trabalhadores do transporte coletivo entram em greve na quarta-feira em Canoas

Conforme presidente do sindicato, parte dos trabalhadores se colocarão a frente dos portões da empresa

Fernanda Bassôa

Categoria reivindica pagamento do 13º salário, horas extras, parte do vale-alimentação e do salário integral referente ao mês de novembro

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Os mais de 400 trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Canoas paralisam totalmente as atividades a partir da primeira hora desta quarta-feira. A greve, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Canoas (SITROCAN), Marcelo Nunes, já havia sido acordada na assembleia da categoria, realizada no último sábado, caso em um período de 72 horas a empresa Sogal não apresentasse proposta benéfica ao trabalhador. A categoria reivindica pagamento do 13º salário, horas extras, parte do vale-alimentação e do salário integral referente ao mês de novembro.

No final da manhã desta terça-feira foi realizada mais uma audiência de mediação com a prefeitura, o Ministério Público, o Sindicato e a empresa Sogal. “Não chegamos a nenhum acordo. A empresa insiste dizer que não tem dinheiro para pagar os trabalhadores. Vamos parar os serviços por tempo indeterminado”, disse Nunes, garantindo que parte dos trabalhadores se colocarão na frente dos portões da empresa, a partir das 4h, a fim de evitar que os ônibus saiam das garagens. “Mães que estão há três meses sem receber as pensões dos filhos também participarão do ato”, completou.

De acordo com o presidente do Sindicato, durante a manhã desta terça-feira, em respeito ao trabalhador, os ônibus circularam até as 9h. “Durante a audiência, que teve início as 11h, os trabalhadores permaneceram parados e retornaram a circular normalmente após o término da mediação. A decisão foi de normalizar os serviços nesta terça e paralisar 100% a partir de quarta até que a empresa pague tudo o que deve ao trabalhador.”

A Prefeitura de Canoas manifestou-se informando que durante audiência disponibilizou o recurso de R$ 200 mil para retomada do serviço essencial de auxílio transporte social com a compra de novas passagens às mais de 5 mil famílias beneficiadas. Tendo em vista que esse recurso não cobriria na totalidade o pagamento do 13º dos trabalhadores, o Sindicato não aceitou a proposta e informou que manteria a greve programada.

Como se trata de uma empresa privada, uma relação direta empregado-empregador, a Prefeitura de Canoas não pode fazer mais do que é a sua competência. Entretanto, esclarece que buscará uma nova negociação entre as partes para que não ocorra a desassistência à população. 

Os diretores da empresa Sogal foram procurados, mas não se manifestaram.


Correio do Povo
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