Um ano após tornado, São Francisco de Paula ainda está em reconstrução

Um ano após tornado, São Francisco de Paula ainda está em reconstrução

Fenômeno teve velocidade de 150 km/h e deixou 1,6 mil pessoas desabrigadas

Halder Ramos

O dano estimado para a reconstrução das moradias e bens públicos foi calculado em R$ 8 milhões

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O tornado que atingiu São Francisco de Paula completou um ano nessa segunda-feira, mas boa parte dos moradores do município serrano ainda não conseguiu voltar à vida normal. Apesar do decreto de emergência, nenhuma das 500 moradias danificadas recebeu aporte financeiro federal. “Foi tudo reconstruído com doações de empresas privadas, da prefeitura, da comunidade e recursos dos próprios moradores”, afirma o prefeito Marcos Aguzzolli. Conforme ele, 25 residências destruídas totalmente ainda não foram reerguidas. “São famílias que ainda estão fora de casa. Ou estão vivendo de aluguel social e na casa de parentes ou pagando aluguel por conta própria.”

O tornado, que teve velocidade de 150 quilômetros horários, deixou 1,6 mil pessoas desabrigadas, 80 feridos e um morto. Com prejuízo total estimado em R$ 31 milhões, entre danos nas moradias, bens públicos, agricultura e indústria, São Francisco recebeu até o momento R$ 178 mil, para reforma da Escola Municipal Castelo Branco, no Loteamento Santa Isabel, cujo trabalho já foi realizado. Aguzzolli destaca que o Ministério da Integração Nacional liberou mais R$ 1,3 milhão para reconstrução do ginásio poliesportivo coberto e do refeitório da escola. Essas obras estão em fase de licitação.

Dano de R$ 8 milhões

Conforme o prefeito, o dano estimado para a reconstrução das moradias e bens públicos foi calculado em R$ 8 milhões. No entanto, após um ano, Aguzolli diz ter perdido as esperanças de receber verbas federais para reconstrução das residências. Quanto ao Minha Casa Minha Vida, ele afirma que a maior parte das famílias não conseguiria atender às exigências, em razão de regras que limitam o acesso ao benefício.

Nova campanha comunitária será lançada para arrecadar materiais de construção. Segundo Aguzolli, o Ibama fará repasse de madeiras para divisórias internas e forração de casas. Quem quiser contribuir pode doar madeiras, cimento, ferro, pedras e outros itens para construção civil. Um grupo de entidades representativas que faz controle das doações. Para alavancar o setor industrial, a prefeitura criou uma lei de incentivo para empresas. Uma fábrica de beneficiamento de madeira deve entrar em operação até o final de março, gerando de 60 a 100 empregos.  

Correio do Povo
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