Unidades de triagem atingidas por enchente são foco de mutirão de limpeza em Porto Alegre
Fórum das Associações e Cooperativas de Catadores e Catadoras alerta para dificuldades enfrentadas por categoria após dilúvio

publicidade
Acontece, neste sábado, o 1º Mutirão de Limpeza das Unidades de Triagem de Porto Alegre. O ato faz parte da campanha “SOS Catadoras das Unidades de Triagem de Porto Alegre”, que visa auxiliar na recuperação de 16 pontos de seleção de materiais recicláveis.
O projeto é uma realização do Fórum das Associações e Cooperativas de Catadores e Catadoras de Porto Alegre e tem o Centro de Educação Ambiental (CEA) na execução dos encaminhamentos. Há também o apoio das iniciativas Poa Inquieta, Agência Compromisso, Mãos que Reciclam, Apoena Socioambiental e Coleta Seletiva Viva POA.
A enchente alagou seis unidades de triagem conveniadas com a prefeitura na Capital. Os outros dez estabelecimentos seguem em funcionamento, mas enfrentam problemas em razão das dificuldades logísticas e de compradores que foram prejudicados em decorrência das enchentes.
Nesta manhã, o mutirão de limpeza teve início na unidade de triagem Sepé Tiaraju, que fica localizada no 4º Distrito, na zona Norte. Paulo Fagner Jandrey, da Secretaria Estadual do Movimento Nacional das Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis, afirma que o número de unidades alagadas chega a 11, se incluídos os estabelecimentos não conveniados com a gestão municipal.
“Precisamos de analise técnica das unidades, que apresentem riscos aos trabalhadores. Além disso, são necessários investimentos público e privados para a recuperação do setor. A situação já era ruim e agora ficou ainda mais drástica”, disse.
Os obstáculos afetam 300 catadores, porque impactam diretamente na geração da renda obtida exclusivamente a partir da venda dos materiais recicláveis. Além disso, pelo menos 90 trabalhadores do setor estão desabrigados na Capital.
A secretária do Fórum de Catadores de Porto Alegre, Ana Paula Medeiros de Lima, explica que a enchente prejudicou o acesso de compradores de sucata vindos de fora do estado. Ela adiciona que o lodo ainda contaminou materiais, o que impede vendas e impacta diretamente o sustendo dos trabalhadores.
“Estamos lutando para garantir renda mínima para profissionais afetados no município. Em setembro, conseguimos R$ 670 para cada. Agora estamos solicitando que a prefeitura prolongue o auxílio por mais seis meses e duplique o valor”, afirmou Ana Paula, que também preside a unidade de triagem da Vila Pinto, na zona Leste.