Usuários da ERS 403 esperam há três décadas pela conclusão do asfalto

Usuários da ERS 403 esperam há três décadas pela conclusão do asfalto

A conclusão do serviço encurtará em aproximadamente 50 quilômetros a distância entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul

Otto Tesche

Trecho entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul ainda sem asfalto

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A longa espera pelo asfaltamento da ERS 403, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, segue sem perspectiva de conclusão. Diariamente, moradores, agricultores e empresários que usam a rodovia nos deslocamentos precisaram enfrentar 27 quilômetros de estrada de chão batido de um total de 62 quilômetros entre os dois municípios. O governador Eduardo Leite anunciou em setembro a destinação de R$ 3,9 milhões para a pavimentação de cinco quilômetros, com reinício imediato e prazo de 90 dias para a finalização. Mas, até agora, a retomada dos trabalhos de pavimentação ocorreu apenas no lote entre Cachoeira do Sul e a localidade de Bexiga.

No outro lote da rodovia, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, o serviço segue parado. O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, informou que a autorização para a volta das máquinas é uma questão contratual com o consórcio responsável pelo lote. “Precisamos ter uma garantia das empresas em relação à entrega da obra”, disse. Do valor total anunciado pelo governo para o reinício dos trabalhos, R$ 2 milhões devem ser canalizados para o trecho entre Cachoeira do Sul e Bexiga e R$ 1,9 milhão proveniente da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o sentido Rio Pardo - Bexiga.

A espera pela conclusão da pavimentação se arrasta desde a gestão de Alceu Collares, entre 1991 e 1995, quando começaram os serviços. Nos 18 quilômetros pavimentados em Rio Pardo, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) realizou uma operação tapa-buracos recente, mas a rugosidade das camadas sobrepostas gera trepidações em diversos pontos. O pior trecho é no quilômetro 12, antes do acesso à localidade de Passo da Areia. Já nos quilômetros 20 e 21, o principal desafio são as corrugações, popularmente conhecidas como “costelas de vaca”. Os motoristas dos carros de passeio precisam reduzir para a segunda marcha e andar devagar para evitar danos de manutenção.

O presidente do Sindicato Rural de Rio Pardo, Luiz Henrique Miguel Lau, destacou a importância da rodovia para a economia local. “É um corredor para escoar a safra em direção a Rio Grande e para a chegada de insumos. Nos períodos de chuva, fica quase intransitável. Acredito que depende mais da vontade política do que dificuldades para investir na conclusão do asfalto”, ressaltou. A conclusão do serviço encurtará em aproximadamente 50 quilômetros a distância entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul.


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