Usuários reclamam do atendimento e condições da farmácia de medicamentos especiais, em Porto Alegre

Usuários reclamam do atendimento e condições da farmácia de medicamentos especiais, em Porto Alegre

Longas filas, calor na sala de espera e falta de medicação são os problemas mais citados por quem depende desse serviço

Paula Maia

Usuários reclamam da ventilação do ambiente que não suporta a alta concentração de pessoas

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O Centro Logístico de Medicamentos Especiais (Celme), localizado desde 2022, na avenida Azenha, em Porto Alegre, atende uma média de 800 a mil pessoas por dia. O serviço enfrenta críticas devido à demora no atendimento e às condições inadequadas da sala de espera, especialmente nos dias mais quentes. A ventilação do ambiente não suporta a alta concentração de pessoas. Além da falta da medicação e a necessidade de reagendar horários.

Gelni Pereira, 73 anos, é frequentadora regular do local e reclama tanto da longa espera quanto do calor excessivo. “Fiquei quase uma hora lá aguardando, no estacionamento coberto, lá tá super quente, ventilador com ar quente, a gente sente até mal. Tem muita gente ainda e está muito lotada. As pessoas respirando naquele calorão”, disse.

Já Márcia Krauser, moradora do bairro Hípica, vive outra dificuldade: a falta de medicamentos. Um dos remédios essenciais para seu filho autista está indisponível desde outubro, obrigando-a a comprá-lo. Ela foi até a farmácia para verificar a disponibilidade e aproveitou para solicitar outra medicação necessária, com a receita atualizada pelo médico. Para essa retirada, agendaram o atendimento para outro dia, mesmo ele estando disponível.

Márcia Krauser teve que reagendar a retirada da medição, mesmo estando disponível no estoque | Foto: Pedro Piegas

Márcia argumenta que a atualização é simples e que a atendente poderia ter feito na hora. “É falta de humanidade, na minha concepção, é um direito que ele tem. Constatado pelo médico já. Faz muitos anos que ele toma e é um simples documento que tá aqui, é só digitar. A gente consegue uma liberação do trabalho, vem até aqui, e não tem resultado”, desabafa.

Além disso, a moradora do bairro Agronomia, Gislaine Bastos, de 60 anos, reclama da falta de atendimento telefônico. “Eles não atendem. Quando chega a tua vez desligam”, disse. Ela vai verificar a disponibilidade de uma medicação para a sua mãe. “Semana passada eu vim aqui e fiquei três horas para dizerem que não tem o remédio”, com a falta, ela precisa comprar.

Outro exemplo é o caso de Eliane Garcia, que enfrenta dificuldades para obter uma medicação de alto custo, avaliada em quase R$ 50 mil. “Tu perde as datas, que são muito curtas para levar para Defensoria. Quando chega lá, venceu tudo, tem que começar tudo de novo. Aí tem que ir no hospital, nas farmácias, pegar de novo. Eles dificultam muito para gente. Hoje eu vim pegar a negativa e vou voar pra Defensoria, para não vencer nenhum prazo”, disse.

Em uma nota de esclarecimento, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que “ocorreram transtornos no atendimento na última semana do mês de novembro, resultado de ajustes operacionais necessários”, mas que atualmente “o fluxo de atendimentos já está normalizado”.

A nota ainda informa que “as pessoas que precisam solicitar a renovação de processos no Centro Logístico de Medicamentos Especiais (Celme) têm a opção de utilizar o WhatsApp (51) 3433-0156, em nova funcionalidade da Central do Cidadão 156+POA.

Para usar o serviço, é preciso cadastrar o número no celular e mandar uma mensagem. Após as boas-vindas, o cidadão deve escolher as opções Serviços de Saúde (SMS), Medicamentos e Insumos, Medicamentos Especiais – Celme e Renovação de processo pelo WhatsApp. A população também pode consultar a lista de medicamentos em falta pelo mesmo canal.

A documentação exigida é diferente para cada medicamento, podendo ser consultada no site farmaciadigital.rs.gov.br. A SMS pontua que o estabelecimento do estoque é de responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde e que o órgão municipal faz a distribuição.


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