Vale do Sinos ampliará teste Covid a quem teve contato com infectado

Vale do Sinos ampliará teste Covid a quem teve contato com infectado

No formato atual, os contactantes são, via de regra, apenas monitorados

Stephany Sander

A novidade traz um avanço no sentido de expansão da testagem

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Os municípios que compõem a região da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) irão adotar nos próximos dias, um modelo de testagem e monitoramento da Covid-19 inédito - ao menos no Estado. Além dos pacientes que receberem o resultado positivo para uma doença, o objetivo é ampliar os testes para os próximos contatos, mesmo que estes sejam assintomáticos. No formato atual, os contactantes são, via de regra, apenas monitorados.

A proposta foi formulada pelo virologista e professor da Universidade Feevale Fernando Spilki e pela médica sanitarista e professora da Unisinos Maria Letícia Rodrigues Ikeda. De acordo com Maria Letícia, a novidade traz um avanço no sentido de expansão da testagem. “A princípio, não está previsto nos protocolos brasileiros testar contatos assintomáticos, apenas nos casos de moradores de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e profissionais da saúde”, explica, lembrando que a maioria dos contatos são orientados somente ao isolamento. Porém, ao observar o comportamento da pandemia e das cadeias de transmissão, verificando que a contaminação nem sempre estava onde se imaginava, surgiu a iniciativa. “São as pessoas assintomáticas que alimentam a cadeia. Se observa uma dificuldade profunda de quem não tem certeza se está com o vírus de permanecer isolado ”, analisa.

Dessa forma, agora a atuação será pela outra ponta. “Seremos mais proativos em interromper a cadeia. Na prática, testaremos pessoas que ficam mais de uma hora em um ambiente fechado, com distância menor do que dois metros, e que tiveram contato com um caso positivo ”, diz. Ou seja, envolve grupos que residam no mesmo espaço, os chamados coabitantes, além da possibilidade de incluir colegas de trabalho e outras atividades. “Teremos um mapa de relações, onde vamos testar o máximo possível de pessoas. Com isso, conseguiremos chegar a uma escala de testes, poderemos circunscrever os casos e reduzir a quantidade de gente transmitindo o vírus ”, frisa.

Segundo o presidente da Amvars e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, a novidade observa o momento atual da pandemia, mas já pensando no futuro. Nesse primeiro momento, a ação vai exigir investimento dos municípios, já que ampliaremos os testes. Mas cada um pode ajustar-se, dependendo da disponibilidade dos testes tipo PCR ou antígeno. A adesão é opcional, mas disponibilizamos como instrumento a mais ”, frisa. Além da possibilidade de ampliar o monitoramento da doença, o modelo permitirá uma análise mais profunda sobre o comportamento do novo coronavírus na região. Por meio do sequenciamento, será feita a identificação das linhagens e variantes, um exemplo da Delta.


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