Venda de operações da Ulbra/RS deve ser avaliada em assembleia na próxima quinta

Venda de operações da Ulbra/RS deve ser avaliada em assembleia na próxima quinta

Plano de recuperação judicial deverá ser votado

Fernanda Bassôa

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A assembleia com credores da Ulbra para votação do Plano de Recuperação Judicial da Associação Educacional Luterana Do Brasil (Aelbra), mantenedora da Rede Ulbra de Educação foi marcada para o ocorrer no próximo dia 25, uma quinta-feira. Na pauta, que acontece em formato virtual, mas com transmissão ao vivo pelo YouTube, será apresentada a proposta de venda do campus da Ulbra RS, em especial, da Ulbra Canoas. 

Em maio de 2019, a Aelbra, ingressou com um pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Cível da Comarca de Canoas. Em 13 de dezembro do mesmo ano foi dado provimento ao recurso de apelação interposto junto ao Tribunal de Justiça/RS, tendo sido deferido o processamento da recuperação judicial. Hoje, a Aelbra possui um passivo de quase R$ 9 bilhões em tributos, obrigações trabalhistas e débitos com fornecedores. Só em dívidas trabalhistas, ligadas aos cerca de 7 mil empregados, ativos e inativos, as obrigações somam um montante de R$ 773 milhões. 

O advogado e presidente da Associação dos ex-empregados credores da Ulbra, Felipe Ferraz Merino, que foi por 10 anos professor de Direito na Universidade, demitido em 2019 e que acompanha de perto a situação, tem boas expectativas para o desfecho da assembleia, que deve levar as operações da Ulbra em todo o Estado, em definitivo, à Leilão. “Já foi dado o aceite para a venda por parte da mantenedora. Os estudos e todo o levantamento financeiro apontam para um valor inicial de venda, estimado, em R$ 1,3 bilhão, mas no leilão essa negociação pode subir para R$ 1,5 bilhão. Já existem interessados, mas dependemos da votação do plano para darmos os próximos passos. Na próxima quinta-feira, se vota pela aceitação ou não do plano de recuperação judicial que será apresentado.” 

Segundo Merino, o plano foi construído nos últimos cinco meses em conjunto com os próprios credores, universidade, representantes do sindicato, demais envolvidos e uma empresa contratada para fazer uma auditoria. “O último plano que se apresentou causou descontentamento entre os credores, que votaram por suspender a assembleia e fazer a contratação da empresa. Então de deu-se início a um novo processo que originou o documento que será apresentado dia 25. “Um plano que pudesse se adequar às necessidades dos credores e com objetivo de se chegar a um denominador comum e de comum acordo para todos, pois a ideia é que com o resultado das negociações, os valores possam ser rateados entre todos os credores.” 

Manifestação apenas após assembleia 

A venda de operações da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) para o pagamento de parte dos débitos não foi confirmada pela mantenedora, que afirmou que só se manifestará após o término da assembleia, segundo a assessoria. Entretanto, em um comunicado publicado no site da universidade, com destino à Comunidade Universitária e Escolar da Rede Ulbra de Educação, A Aelbra, informou que estão sendo estudadas diferentes propostas de composição com os credores da Instituição. “De parte da Aelbra, a construção desse ambiente vem ao encontro do seu compromisso – e de seus dirigentes - com a lisura na condução do seu processo de recuperação judicial.” E segue, “quer, ainda, transmitir sua confiança na aprovação vindoura e breve de um plano de recuperação judicial que atenderá às expectativas de todos os envolvidos, quais sejam: o pagamento dos credores na sua máxima e possível extensão; a preservação da instituição e de sua excelência de ensino; a geração de novos e melhores empregos pela manutenção de suas unidades, cursos e escolas; e o pagamento de tributos.”  


Correio do Povo
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