Alta da Selic altera rentabilidade da poupança para 6,17% ao ano

Alta da Selic altera rentabilidade da poupança para 6,17% ao ano

Apesar de trazer um retorno maior, nova regra mantém ganho das aplicações na caderneta abaixo da inflação

R7

Copom elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 4,25% para 5,25% ao ano

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A recente decisão do BC (Banco Central) que elevou a taxa básica de juros ao patamar de 9.25% ao ano vai refletir no rendimento das cadernetas de poupança, tradicional aplicação financeira dos brasileiros. A alteração acontece porque, sempre que a Selic supera o valor de 8,5% ao ano, os ganhos da caderneta passam a ser de 0.5% ao mês, o equivalente a 6,17% ao ano, conforme determinação da Lei 12.703, de 2012.

Até então, o rendimento da poupança fulgurava em 70% da Selic + TR (Taxa Referencial) desde julho de 2017. Com a mudança, a aplicação na caderneta continuará representando uma perda real aos poupadores, apesar de ser um pouco maior.

Ao simular a inclusão de R$ 1.000 na poupança hoje, o rendimento na aplicação será de R$ 1.061,20 após um ano. Com os juros no patamar anterior, de 7,75% ao ano, o ganho era de R$ 1.054,25, valor referente a 70% da Selic (5,425%) + TR (que atualmente é nula).

Ao descontar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que atualmente figura em 10,67% nos 12 meses finalizados em outubro, é possível afirmar que a aplicação na poupança resultava em uma perda real de 4,74%. Agora, o rendimento é 4,07% inferior à inflação oficial de preços.

"A poupança, a partir desse juros de 8,5% ano, não vai mais se beneficiar com as próximas altas da Selic", analisa Adriano Rondelli, especialista de renda fixa da Valor investimento.

Opções mais atrativas

Com a movimentação, as recomendações apontam que o ideal é procurar por opções mais atrativas do que a caderneta de poupança. Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), afirma que o novo salto da Selic torna o momento propício para conquistar bons investimentos no mercado financeiro. 

Ele afirma que ficam mais rentáveis as aplicações de renda fixa em que o rendimento é atrelado a essa taxa, como os CDBs pós-fixados, os fundos DI, as Letras Financeiras do Tesouro e os títulos negociados pelo Tesouro Direto.

"A tendência é que a Selic suba ainda mais até o início de 2021, o que aumentaria essa diferença de rentabilidade", aponta Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, ao indicar os títulos de renda fixa como uma melhor opção de investimento aos brasileiros.

Rondelli, por sua vez, cita especificamente o Tesouro Selic, que é até mais seguro do que a caderneta, porque conta com a proteção da União. "É um investimento livre de risco e rende 100% do CDI", destaca ao citar a maior rentabilidade mesmo com o recolhimento do Imposto de Renda sobre o rendimento.

"É hora de repensar os investimentos, pois até pouco tempo atrás, com a queda dos juros, a recomendação era para buscar linhas que não estavam atreladas à Selic. Agora, essa orientação muda", orienta Domingos.


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