Amcham reúne dados e lança Perspectivas Empresariais 2021

Amcham reúne dados e lança Perspectivas Empresariais 2021

Retomada enfrenta problemas com as reformas e as vacinas

Correio do Povo

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A pesquisa “Plano de Voo – Perspectivas Empresariais 2021”da Câmara Americana de Comércio (Amcham) ouviu quase 300 lideranças das principais empresas em várias cidades do país, 30 delas, aqui de Porto Alegre. O levantamento aos empresários foi na busca por “quais aspectos poderiam atrasar ou impactar a decolagem da economia em 2021?” Os dados são em cima das respostas dos 30 executivos de Porto Alegre e foram divulgadas em fevereiro.

Em ordem de preocupação, os empresários gaúchos listaram como dois primeiros temas a falta de agilidade para implementação da agenda de reformas (60%) e o ritmo lento na imunização da população brasileira (40%). A escassez de crédito e fuga de investimento estrangeiro direto (33,3%), também foi bastante citada. Sobre a declaração do Ministério da Economia de que emprego, crédito e consolidação fiscal serão as principais variáveis que garantirão o bom desempenho do PIB em 2021, os executivos demonstraram menos confiança no equilíbrio da situação fiscal. Cerca de 63% dos entrevistados afirmaram que a consolidação fiscal será o fator mais desafiador, seguido do emprego (27%) e acesso ao crédito e investimentos (10%). 

Perfil 

Na pesquisa, 46% dos entrevistados são de grandes empresas, com faturamento anual mais do que R$ 1 bilhão; 20% de empresas médias, com faturamento anual igual ou maior do que R$ 500 milhões. Já os representantes de pequenas empresas, aquelas que têm faturamento igual ou inferior a R$ 100 milhões representam 3%. Micro empresas, faturamento de até R$ 20 milhões somam 27% e, startups com modelos de negócios ainda escalável e de base tecnológica somam 4%. Os participantes na sua maioria (23%) são C-level (CEOs, presidentes, vice-presidentes, sócios e diretores); outros 10% gerentes e 30% coordenadores e supervisores. Sobre as linhas de atuação dos negócios, a maioria dos entrevistados atua na indústria (40%), serviços (33%), agronegócio (10%) e tecnologia (7%). 

Incerteza política

Para cerca de 64% dos empresários, é prioridade reduzir a incerteza política no país nesses dois próximos anos de retomada da economia. A preocupação com o Custo Brasil (53%), e a corrupção (53%), ficou à frente da insegurança jurídica (30%). Neste item, foram permitidas até 3 respostas por entrevistado. Identificamos a importância do ambiente político estável e o desenvolvimento de uma
agenda para o país que aprimore a competitividade empresarial, pela redução da pobreza e por uma melhor gestão dos nossos ativos ambientais serão os pilares fundamentais para atacar o chamado Custo Brasil e melhorar nossa inserção global no curto e médio prazo”, analisa Marcelo Rodrigues, diretor da Amcham.

As prioridades para 2021 passam por esses temas: melhoria da competitividade e do ambiente de negócios aqui dentro de casa. “É preciso avançar nas reformas necessárias rumo à modernização econômica e em direção a maior sustentabilidade fiscal, com destaque para a reforma tributária e administrativa, além de investimento em pesquisa e inovação, melhoria da segurança jurídica e desenvolvimento da nossa infraestrutura”.

A Amcham ressalta a importância da sustentabilidade ambiental para a evolução dos negócios no Brasil. “A promoção de melhores práticas ambientais, sociais e de governança são imperativos para a sustentabilidade do planeta e para a prosperidade das empresas, cada vez mais conectadas às melhores práticas no tema ESG”.

Negócio

Para os empresários, as áreas onde os investimentos necessitam preferência em seus negócios para que cresçam ficaram bem divididas: Eficiência operacional e redução de custos foi citado por 70% dos executivos. Logo em seguida, aparece com cerca de 57% a opção de investir em inovação, digitalização e novas tecnologias. Expansão gráfica ou de mercado e capacitação ou contratação de pessoas vem com 30% e 23%, respectivamente. Mais de uma opção poderia ser marcada. Sobre práticas no mundo business - algumas delas que até podem ser consideradas incomuns - quais ações que devido o cenário atual o empresariado consideraria para o futuro? Essa foi uma das perguntas da pesquisa da Câmara Americana de Comércio. A opção mais citada, com quase 38%, são as parcerias com empresas concorrentes para o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Um pouco abaixo, com pouco mais de 31% das opções dos respondentes está a opção de promover parcerias com universidades na busca por ampliação da capacidade de inovação. As outras duas
opções votadas foram as parcerias público-privadas, visando o apoio ao governo na jornada de transformação social e econômica (24%) e parcerias com entidades e organizações governamentais buscando ampliar o impacto social do negócio (7%).

Expectativas

Sobre a importância da relação bilateral Brasil-Estados Unidos na nova administração do presidente Joe Biden, os executivos acreditam que o novo governo brasileiro deve priorizar uma relação construtiva e pragmática (83%), já nos primeiros 100 dias de gestão do novo líder da Casa Branca.  Além disso, 60% dos consultados têm uma expectativa da criação de uma agenda conjunta bilateral com foco no aprofundamento dos fluxos de comércio e de investimentos. E, para 23% dos executivos, também se faz necessário ampliar o desenvolvimento de uma nova relação focada em temas como sustentabilidade, bioeconomia e preservação ambiental.Também foram permitidas até duas opções.  Em outro estudo inédito, foi identificado que o comércio bilateral entre Brasil e EUA atingiu, em 2020, a pior marca em 11 anos - com uma queda de 23,8% em relação ao ano anterior. “Apesar disso, enxergamos um cenário de recuperação gradual, apoiada na retomada da economia americana e na distensão das relações entre EUA e China”, diz Vieitas.

“Com o início da nova administração de Joe Biden, é hora de renovar a nossa parceria e estabelecer uma agenda pragmática em temas de comércio, investimentos, infraestrutura, energia, agricultura bioeconomia e sustentabilidade, além de trabalhar para iniciar o funcionamento dos dois acordos bilaterais conquistados em 2020 (salvaguardas tecnológicas para uso da Base de Alcântara para lançamento de foguetes comerciais) e o mini acordo comercial (que envolveu protocolos de facilitação de comércio, boas práticas regulatórias e anticorrupção)”, explica Deborah. A CEO ressalta ainda que Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias e economias das Américas. Juntos, os países representam mais de 90% do PIB e mais da metade da população do continente. Além disso, os Estados Unidos ocupam a posição de 2º maior parceiro comercial e maior investidor estrangeiro no Brasil, sendo fundamental a construção e manutenção de um relacionamento pragmático. “Não há melhor caminho para ambos que não seja o da cooperação e o do trabalho
conjunto em favor de interesses comuns e em direção a uma economia do século 21. Este século começou agora, após a pandemia. Se tornou urgente, pensar conjuntamente como beneficiar sociedade e empresas”, conclui.


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