Após longo período de alta, preço de imóveis deve estabilizar

Após longo período de alta, preço de imóveis deve estabilizar

Tendência é de que valores acompanhem inflação, projetou Sinduscon-RS

Karina Reif / Correio do Povo

Tendência é de que valores acompanhem inflação, projetou Sinduscon-RS

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Após um grande período de alta, o preço dos imóveis começará a estabilizar no Brasil. Esta é a avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Ricardo Antunes Sessegolo, que apresentou nesta quinta-feira, em Porto Alegre, o desempenho e as expectativas do setor. “Os valores atingiram o topo e a tendência é que acompanhem a inflação a partir de agora”, declarou. No entanto, afirmou que não se pode classificar o fenômeno de crescimento como bolha imobiliária. “É especulação”, disse.

“O Brasil continua com um déficit no número de imóveis de 5 milhões. Temos pleno emprego e a concessão de crédito é extremamente rígida. Os preços subiram, porque tinha uma demanda reprimida de muito tempo”, salientou. Sessegolo considerou que a exceção para a interrupção no crescimento dos preços das moradias novas são empreendimentos em áreas muito procuradas. No caso da Capital, a região central deve continuar supervalorizada, em virtude dos problemas com o trânsito e pela indisponibilidade de terrenos. Atualmente, os bairros mais caros são Moinhos de Vento e Bela Vista.

A entidade demonstrou grande preocupação com a burocracia que emperra o lançamento de imóveis. No Rio Grande do Sul, o segmento da construção civil cresceu 2% em 2013, na comparação com o ano anterior e a expectativa é de que, em 2014, o comportamento do PIB do setor seja semelhante. A expectativa é de que, a longo prazo, a situação melhore, em razão do espaço para ampliação do crédito imobiliário e por causa do déficit de unidades no Estado de 182,6 mil.

Os lançamentos imobiliários em Porto Alegre diminuíram 16,07% em 2013, na comparação com 2012. No ano passado, foram apenas 4.495 unidades. O presidente do Sinduscon-RS atribui a redução à nova legislação de prevenção de incêndios, que causou demora nas liberações, e à mudança na forma de aprovação de projetos, que embora tenha sido uma demanda do setor, resultou em paralisação das aprovações de novos empreendimentos este ano. Segundo ele, cada atraso impacta no capital de giro por causa da inflação.

O déficit tem sido combatido com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. O coordenador da Comissão de Habitação de Interesse Social e vice-presidente do Sinduscon-RS, Rafael Tregansin, observou que alguns municípios, como é o caso de Porto Alegre, a construção desse tipo de imóvel fica comprometida em razão da burocracia e da falta de terrenos. Em cidades como Canoas, contudo, os trâmites são mais simples e, por conta disso, o programa tem se desenvolvido bastante.

A permissão para construir nas áreas próximas ao traçado do metrô de Porto Alegre é outra demanda do setor, além da necessidade de qualificação de mão-de-obra. O número de trabalhadores formais da construção civil chegou ao seu maior nível dos últimos anos: 3,1 milhões no Brasil em 2013, 154,3 mil no Rio Grande de Sul e 78,2 mil na região Metropolitana. A taxa de crescimento de empregados foi de 0,68% em 2012 para 4,88% em 2013.

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