Banco central dos EUA prevê mais altas nos juros para frear inflação

Banco central dos EUA prevê mais altas nos juros para frear inflação

Aperto monetário deve manter expectativas de inflação a longo prazo "bem ancoradas"; PIB real teve crescimento modesto

AE / R7

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O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) diz que mais altas nos juros "continuam a ser apropriadas" nas decisões de suas próximas reuniões, a fim de levar a inflação de volta à meta de 2%. Segundo informações publicadas nesta quarta-feira, na ata da reunião mais recente, a autoridade monetária mantém a avaliação de que a inflação dos Estados Unidos está "elevada", diante de fatores como desequilíbrios entre a oferta e a demanda, os preços de energia e outras pressões mais amplas sobre os preços.

O documento diz que os riscos à perspectiva de inflação "estavam voltados para cima". Além disso, alguns dirigentes notaram que tensões no mercado de trabalho, nova alta nos preços da energia, problemas em cadeias produtivas e um maior avanço nos salários, repassado para os preços seriam choques potenciais, que "poderiam compor um problema já desafiador para a inflação". Vários participantes da reunião comentaram que uma espiral entre salários e preços ainda não ocorreu, "mas citaram seu possível surgimento como um risco".

De qualquer modo, eles acreditam que as expectativas de inflação no mais longo prazo "continuam bem ancoradas", e ressaltaram que a postura de aperto do Fed deve contribuir para manter esse quadro.

De acordo com a ata, alguns dirigentes ainda comentaram que um período mais longo de inflação elevada pode aumentar o risco de desancoragem nas expectativas de inflação, tornando muito mais custoso contê-la.

Os efeitos da guerra na Ucrânia na economia americana também foram destacados na ata. Segundo o documento, esse conflito provoca mais riscos de alta à inflação, mas o Fed afirma estar atento a eles.

PIB real cresce em ritmo modesto no 3º trimestre

Indicadores descritos na ata do Fed sugerem que o PIB (Produto Interno Bruto) real norte-americano "estava crescendo a um ritmo modesto no terceiro trimestre, após ter recuado nos primeiros seis meses do ano". A análise está no trecho em que o staff do banco central dos EUA revisa a situação econômica, e se refere ao aumento nos gastos e na produção.

Ao contrário, o crescimento do emprego tem sido robusto, e a taxa de desemprego continua baixa, mostra o documento. Vários dirigentes do Fed comentaram que, "particularmente no atual ambiente econômico e financeiro global, altamente incerto", seria importante "calibrar o ritmo de maior aperto do Fed, com o objetivo de mitigar o risco de efeitos adversos sobre a perspectiva econômica".

Economia mundial

A ata também apresenta a constatação da perda de fôlego da economia mundial, já discutida na reunião mais recente do Fomc (sigla em inglês do Comitê Federal de Mercado Aberto). Dois fatores foram mencionados: as repercussões globais da guerra da Rússia contra a Ucrânia, e a perda de dinamismo da economia da China. 

Dirigentes do Fed apontaram que a guerra causou novas perturbações no fornecimento de energia, o que afetou a confiança dos consumidores e das empresas e, consequentemente, prejudicou a atividade econômica.

Em relação à China, eles notaram que os indicadores recentes sugeriram uma recuperação apenas parcial dos efeitos dos lockdowns contra a Covid-19, bem como preocupações com o setor imobiliário.

"O crescimento mais fraco na China, e na economia global de forma mais ampla, também pesou nos mercados emergentes orientados para a exportação na Ásia. A inflação dos preços ao consumidor aumentou ainda mais em agosto em muitas economias estrangeiras, refletindo altas anteriores nos preços de energia e alimentos, mas também uma elevação contínua da pressão inflacionária sobre os preços básicos. Com a inflação persistentemente alta, muitos bancos centrais continuaram a apertar a política monetária", diz o documento do Fed.


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