Biden e republicanos buscam acordo sobre a dívida para evitar 'default'

Biden e republicanos buscam acordo sobre a dívida para evitar 'default'

Partidos não concordam a respeito do aumento, que é indispensável para que o país cumpra seus pagamentos

AFP

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O presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, se reunirá novamente nesta terça-feira (16) com os líderes republicanos do Congresso para tentar alcançar um acordo e elevar o teto da dívida, o que evitaria o temido 'default', que teria graves consequências para a economia nacional e global.

Democratas e republicanos não concordam a respeito do aumento, que é indispensável para que o país cumpra seus pagamentos, evite um default e pague os fornecedores e os salários dos funcionários públicos, além das pensões.

Elevar o limite de emissão da dívida costuma ser um procedimento de rotina no país, que utiliza esse sistema há décadas.

Mas desta vez os congressistas não chegam a um acordo porque nenhum lado pretende ceder.

Os republicanos se negam a autorizar um aumento ou a suspensão do teto da dívida, exceto se o governo aceitar cortes draconianos dos gastos públicos.

"Milhões de empregos"

O presidente Biden não aceita, mas tem consciência de que o "default não é uma opção".

"Se os republicanos da Câmara de Representantes nos levarem à suspensão dos pagamentos, oito milhões de empregos podem ser perdidos, o que destruiria nosso progresso econômico", tuitou o presidente nesta terça-feira.

O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, está mais pessimista.

"Continuo pensando que estamos muito distantes", declarou na segunda-feira. "Ainda não parece que eles querem um acordo", acrescentou, apesar das reuniões no fim de semana entre representantes dos dois partidos.

O morde e assopra ameaça provocar graves problemas para a maior economia do mundo.

O país superou em janeiro o limite máximo da dívida pública, que é de 31,4 trilhões de dólares (153,6 trilhões de reais, na cotação atual), e desde então adotou medidas extraordinárias que só permitem cumprir as obrigações por um determinado tempo.

Os Estados Unidos podem entrar em default em 1º de junho caso um acordo não seja alcançado no Congresso, advertiu na segunda-feira a secretária do Tesouro, Janet Yellen, com base em "informações adicionais agora disponíveis".

"Se o Congresso não conseguir elevar o teto da dívida antes do default, entraremos em uma recessão e será catastrófico", advertiu Wally Adeyemo, subsecretário do Tesouro.

A situação levou Biden a considerar a 14ª Emenda, que torna o teto da dívida inconstitucional, mas representa complicações jurídicas das quais o presidente afirma ter consciência.

Os analistas consideram outras possibilidades como cenários mais prováveis, como um aumento a curto prazo ou a suspensão do limite da dívida.

Em 2011, as divergências entre democratas e republicanos para aumentar o teto da dívida foram um dos motivos que levaram o país a perder temporariamente a maior nota de crédito, a cobiçada "AAA".

E, de acordo com Yellen, o país já está sentindo os efeitos concretos da crise política do teto da dívida e citou, em particular, o aumento do custo de endividamento para o governo americano.

"Os investidores ficaram mais relutantes a manter a dívida soberana que vence em junho", afirmará nesta terça-feira Yellen em um discurso na 'Independent Community Bankers of America' (ICBA), que teve alguns trechos divulgados antecipadamente.

Os pagamentos do Tesouro podem ser interrompidos por alguns dias até que, em meados de junho, a arrecadação aumente com a temporada de pagamento de impostos.

A taxa de juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos a um mês subiu na segunda-feira para 5,74%, a maior em pelo menos 20 anos, contra 3,29% em meados de abril.

A taxa de referência do Fed (banco central americano) é consideravelmente maior, atualmente em uma faixa entre 5,00% e 5,25%, o que é incomum.

Um default nos Estados Unidos também teria "graves consequências" para a economia global, afirmou na semana passada a diretora de comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Julie Kozack.

Além das consequências econômicas, Kozack alerta que a situação provocaria taxas mais elevadas e maior instabilidade.


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