Bolsa desaba mais de 12% e registra maior queda em mais de 20 anos

Bolsa desaba mais de 12% e registra maior queda em mais de 20 anos

Moeda norte-americana chegou próximo de R$ 4,80 nesta segunda-feira

R7

Bolsa de Valores de São Paulo teve um dia de perdas nesta segunda

publicidade

O Ibovespa desabou mais de 12% nesta segunda-feira (9), com as ações da Petrobras ampliando as perdas para mais de 30%, após decisões da Arábia Saudita derrubarem os preços do petróleo e adicionarem incertezas a um mercado financeiro já melindrado por preocupações com os reflexos do coronavírus na economia global. Na sessão, o Ibovespa caiu 12,16%, a 86.075,87 pontos, tendo chegado a 85.879,64 pontos na mínima do dia, menor patamar desde o final de 2018.

A queda diária é maior desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. O volume financeiro era expressivo e superava R$ 43 bilhões.

Por volta de 10h30min, a bolsa acionou o circuit breaker, quando o Ibovespa tocou 88.178,33 pontos, uma queda de 10,25%. Os negócios foram paralisados por 30 minutos. O mecanismo será disparado novamente se o Ibovespa cair 15%.

A última vez que o circuit breaker foi acionado foi em 18 de maio de 2017, no que ficou conhecido no mercado como "Joesley Day", após vir a público gravação de conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista e sua delação relacionada a atos de corrupção envolvendo políticos.

As ações da Petrobras aceleravam as perdas, com as preferenciais caindo 31%, a R$ 15,70, sendo que na mínima chegaram a R$ 15,41, enquanto os papéis ordinários recuavam 31,01%, a R$ 16,60, tendo chegado a R$ 16,44 no pior momento.

Tal desempenho representava uma perda de cerca de R$ 95 bilhões no valor de mercado da Petrobras nesta sessão. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou nesta segunda-feira medidas emergenciais a serem tomadas pelo governo diante da forte queda do petróleo.

"Ainda estamos passando por um momento perigoso, com extrema volatilidade", chamou a atenção a equipe do BTG Pactual.

O petróleo Brent fechou em queda de 24,1%, a US$ 34,36 o barril, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado, bem como cortado preços oficiais de venda de petróleo. Na mínima, o Brent caiu 30%, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991.

A guerra aberta pela Arábia Saudita no front da produção de petróleo contra a Rússia chegou em um momento no qual o mercado ainda se mostrava fragilizado pela rápida disseminação da epidemia do novo coronavírus além da China e promovendo fortes ajustes poucas semanas após renovarem máximas.

O recorde histórico do Ibovespa para fechamento foi registrado em 23 de janeiro deste ano, a 119.527,63 pontos.

"Nesse cenário, a tendência é que o mercado adote postura conservadora e se feche", afirmou o presidente da corretora BGC Liquidez, Erminio Lucci, alertando que não há solução fácil, mas que os governos devem estudar medidas de estímulo econômico, principalmente fiscal e via compra direta de ativos.

Dólar

Já o dólar se aproximou de R$ 4,80. No fechamento das operções no mercado à vista, o dólar saltou 1,97%, a R$ 4,7256 na venda, depois de alcançar R$ 4,7950, novo pico histórico intradiário. A alta da moeda no fechamento é a mais forte desde 6 de novembro de 2019 (+2,22%).


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895