Bolsa retoma otismismo com a Previdência e dólar cai para R$ 3,85

Bolsa retoma otismismo com a Previdência e dólar cai para R$ 3,85

Acenos de apoio do DEM e do PSDB à reforma ajudaram o mercado

AE

Bolsa voltou a crescer com maior confiança na articulação do Congresso

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O mercado de ações se mostrou disposto a retomar o otimismo com a reforma da Previdência e a quinta-feira, 4, foi de alta firme do Índice Bovespa. O indicador terminou o dia aos 96.313,06 pontos, com ganho de 1,93%. Com isso, compensou a queda de 0,94% registrada na véspera, provocada justamente pela tensão em torno da reforma. O mal-estar gerado inicialmente pelos embates na CCJ da Câmara foi convertido em confiança, reforçada pelos acenos de apoio à reforma feitos pelo DEM e pelo PSDB.

Embora as bolsas de Nova York tenham voltado a apresentar desempenho fraco, a melhora da percepção política manteve o Ibovespa em alta durante praticamente todo o pregão. Na máxima do dia, registrada perto das 15h30, o índice marcou 96.394 pontos (+2,01%). A alta foi puxada principalmente pelas ações da Petrobras e do setor financeiro. Nos dois casos, analistas relacionaram os ganhos à influência política, uma vez que esses papéis são mais sensíveis aos movimentos políticos. No caso da petroleira, segue também forte a expectativa pelo anúncio da conclusão das negociações em torno da cessão onerosa. Assim, Petrobras ON e PN terminaram o dia com ganhos de 3,29% e 3,38%, nesta ordem.

Entre os bancos, destaque para Bradesco PN (+2,59%) e para as units do Santander (+3,17%). Para Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da Hcommcor, o investidor da bolsa começa a olhar outras questões enquanto aguarda a tramitação da reforma, o que pode colocar o Ibovespa de volta na rota da alta.

O dólar teve dia de queda nesta quinta-feira, 4, e fechou em baixa de 0,54%, a R$ 3,8571. Profissionais do mercado de câmbio relataram entrada forte de fluxo de recursos do exterior, que ajudou a retirar pressão no real em dia que a moeda americana subiu ante divisas fortes e de alguns emergentes, como a Rússia e a Argentina. Também contribuiu para a desvalorização do dólar a decisão de Jair Bolsonaro de se reunir nesta quinta-feira com presidentes e líderes de sete partidos, com alguns deles sinalizando apoio à reforma da Previdência.

Pela manhã, o mercado ficou mais estressado e o dólar chegou a superar R$ 3,88, com os agentes ainda repercutindo a participação tumultuada do ministro da Economia, Paulo Guedes, na quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mas na parte da tarde a moeda se firmou em baixa com as mesas de câmbio monitorando as reuniões de Bolsonaro. Repercutiram bem as declarações do presidente do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, de que o partido pode fechar questão em torno da reforma da Previdência. Mais cedo, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também se reuniu com Bolsonaro, declarou apoio à reforma, mas reforçou que não é governo.

As declarações desta quinta ajudaram os investidores a minimizar o estresse causado da participação de Guedes na CCJ. O estrategista da TAG Investimentos, Dan Kawa, avalia que o evento ocorreu dentro das expectativas. Para ele, ainda não existe uma "base aliada" de Bolsonaro, que está sendo construída, e a inexperiência dos novos deputados do PSL prejudica o governo em eventos como o de quarta. Kawa ressalta que não vê mudança de cenário para a Previdência, a despeito do ruído pontual causado pelo bate-boca entre Guedes e os deputados.


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